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E o sofrimento continua: Negligência do Hospital de Simões Filho destrói um sonho, confira

“Pedia a Deus para que nada fosse verdade”. O clamor, em tom desesperado, veio de Luciana Souza Assis, 18 anos, num momento que ela define como o pior da sua vida: “Meu nome é Luciana, tenho 18 anos, estava grávida de uma menina – minha Heloísa – minha primeira gravidez. Estava tão feliz por está esperando uma menina, mas aconteceu uma tragédia – a pior coisa que aconteceu em minha vida“, desabafa.

O pesadelo de Luciana começou quando procurou o Hospital Municipal de Simões Filho. “No dia 8 de agosto comecei a sentir as dores para ter minha Heloísa — então, minha mãe me levou para o Hospital Municipal de Simões Filho e a médica mandou eu voltar para casa, afirmando que não estava na hora de ter minha pequena, mas eu já estava de nove meses perdendo líquido e sentido as contrações. Minha médica do pré-natal falou que eu não poderia passar do dia 16 de agosto, contudo, a médica do hospital disse que eu iria ter minha Heloísa no dia 10 de setembro”, conta.
Após ter ido para casa, obedecendo ao diagnóstico da médica, a jovem retornou ao Hospital da cidade. “No dia 23 de agosto, voltei ao Hospital de Simões Filho e fiz uma ultrassom. O exame mostrou que o bebê já estava encaixado –  a médica viu e mesmo assim mandou eu voltar para casa, mais uma vez, ressalta.

“No dia 25 de agosto, uma sexta-feira, minha filha parou de mexer. Fiquei sábado e domingo em casa, segunda-feira acordei morrendo de dor e toda inchada. Minha mãe me levou novamente para o Hospital de Simões Filho e quando chego lá quem é a medica? Ela mesmo, a mesma que me atendeu nas outras vezes. Ela fez o exame de toque e novamente falou que não estava na hora. Depois, ela colocou um aparelho para ouvir o coração do bebê, mas não tinha mais batimentos. A médica mandou eu sair para procurar um lugar para fazer uma ultrassom – sendo que lá no Hospital faz o exame, porém, a Doutora não queria se responsabilizar pela morte da minha filha – era apenas o início de meu sofrimento”, explica.

Temendo o pior, sem imaginar que já estava há vários dias com um bebê morto na barriga, a jovem saiu do hospital e começou a peregrinar pelas clínicas de Simões Filho, tentando fazer o exame de ultrassom. “Minha mãe e meu irmão saiu comigo a procura de uma ultrassom em Simões Filho, mas não achamos, desistimos. Fomos para para o Hospital no Bairro Pau Miúdo, em Salvador. Lá fui bem atendida. Fiz o ultrassom e quando a médica me chama para falar que a minha Heloísa – minha filha estava morta – meu mundo desmoronou. A médica falou que a criança passou do tempo de nascer”, relatou.

“Na hora que eu recebi a notícia que minha filha tinha morrido eu enlouqueci, chorei tanto e até hoje eu choro”

Segundo a jovem, a morte de sua filha poderia ter sido evitada, se não fosse a negligencia do Hospital. “Todas vezes que procurei o Hospital de Simões Filho, minha filha estava encaixada. Eles tinham que fazer uma cesariana, mas a medica não quis – minha filha não aguentou esse tempo e veio a óbito. O bebê morreu por negligência médica – eu quero justiça. Cadê Dinha, a tal maternidade que você disse que tinha em Simões Filho? Eu não vou descansar enquanto essa medica não pagar pelo o que ela fez – pois se eu tivesse esperado a data que ela queria, 10 de setembro, eu também iria morrer com um bebê morto dentro de mim. Tive que ir a Salvador para descobrir que minha filha estava morta, sendo que em Simões Filho tem “maternidade”, se é que aquilo pode se chamar de maternidade. Dinha pediu tanto paro povo votar nele, votamos e cadê você? Ta cumprindo com o que prometeu?”, questiona.

Negligência significa desleixo, descuido, falta de zelo, falta de aplicação ao realizar determinada tarefa, é agir com irresponsabilidade ao assumir um compromisso. Negligência significa desatenção, menosprezo, desdém. É o ato de depreciar, de não dar a algo o seu devido valor.

“Fiquei no hospital do Pau Miúdo para tirar o bebê – meu parto foi induzido no dia 29 de agosto, uma terça-feira. Minha Heloísa nasceu morta – voltei para casa no dia 01 de setembro, no dia 02, foi o enterro dela”, conta.

“O que eu faço com o enxoval que eu comprei, os exames, o dinheiro que minha mãe gastou. Eu não consigo mas dormir, eu não tenho mas paz, ninguém sabe o que eu tô sentido. Perdi minha filha, um pedaço de mim. O último dia que eu sai de casa foi para ir ao enterro dela. Eu não tenho mas prazer de sair – só fico deitada no meu quarto – eu tenho vergonha de sair na rua”, disse Luciana.

“Vocês tiraram a minha filha de mim – eu quero justiça”

Hospital de Simões Filho
A Diretora Médica do Hospital Municipal de Simões Filho, Elizabete Dantas, informou ao SIMÕES FILHO ONLINE, que a unidade de saúde vai abrir uma sindicância para verificar em quais circunstâncias aconteceram os fatos. Ela disse que as investigações vão partir desde o momento em que a jovem passou pelos atendimentos médicos, com o objetivo de apurar responsabilidades. “Todas as vezes que acontecem um fato, a nossa conduta é abrir uma sindicância para apurar todas as responsabilidades, e tomarmos as medidas cabíveis“, informou.

Elizabete ainda esclareceu que a paciente foi atendida por três médicos diferentes. “O que eu posso lhe adiantar é que a paciente não foi atendida pela mesma doutora. Ela foi atendida por três profissionais diferentes, tecnicamente capacitados. O que ocorreu entre um atendimento e outro eu realmente não posso descrever. A gente se solidariza e uma sindicância será aberta para apurar a denuncia”, ressalta.

A reportagem também tentou contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Simões Filho, mas as ligações não foram atendidas.

O Hospital  Municipal de Simões Filho é administrado pela Associação de Proteção á Maternidade e a Infância de Castro Alves (APMI).



*Simões Filho Online 

Um comentário:

  1. Isso é um descaso da maternidade com essa jovem, eu também quando tava gravida tive no hospital sentindo as contrações e minha filha já tava encaixada e a medica mandou eu voltar pra casa dizendo que eu só ia ter no outro mês e depois de três dias minha BB nasceu no hospital de referencia de salvador graças a deus que eu fui pra salvador pq meu parto foi complicado e minha BB nasceu bem eu pesso a deus que console essa jovem mãe...

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