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“Só prometeu. Não recebemos absolutamente nada do Prefeito, nem uma lata de leite”, declara Presidenta de Lar Fraterno em Simões Filho

Quem passa pela Praça Noêmia Meireles, mais conhecida como Praça da Bandeira, no Centro de Simões Filho, região metropolitana de Salvador (RMS), nem imagina que entre os muros e grades de uma casa, muitas criancinhas em situação de risco social ganhou uma nova chance na vida. É lá que funciona a sede da associação Lar Irmã Benedita Camurugi, uma organização não governamental de acolhimento, que nos seus 23 anos de existência, já atendeu mais de mil crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais, violência física ou abandono dos pais.

Entre as diversas historias, está a do garoto Bruno Santos, um cadeirante com uma doença incurável, que chegou para compor o lar com menos de 02 anos de idade. Hoje com 13, ele não anda e apesar de não apresentar um bom desenvolvimento, ele se esforça para praticar seus estudos. Devido a sua dificuldade física, a direção da Instituição, está providenciando encostá-lo para que ele possa receber o benefício do INSS, o que ajudará em seu tratamento.
A situação de Bruno e de outras crianças se agravam porque a casa encontra-se na iminência de fechar as portas no município, em razão de não ter apoio da Prefeitura Municipal de Simões Filho. A situação foi confirmada por Nilzete de Almeida Camurugi, 87 anos, presidenta do Lar.  Segundo ela, diversos pedidos de ajuda já foram feitos ao prefeito.

“O prefeito me prometeu ajuda, inclusive, ele esteve aqui no mês de janeiro, precisamente no dia 20, ele almoçou aqui, disse que nos ajudaria e que com certeza não seria como o prefeito anterior. Mas de ajuda não recebemos absolutamente nada, nem uma lata de leite”, desabafou.

“A situação é tão critica que podemos fechar as portas. Já procurei a prefeitura várias vezes. Promessas não faltam – sempre promete que vai ajudar, mas por enquanto, até agora, não ajudaram em nada”, ressaltou.
Dona Nilzete fica bastante preocupada com a situação, pois além das despesas como água, telefone, energia e botijão de gás, ela ainda precisa custear o pagamento dos salários de motoristas, contadores, coordenadoras, cozinheiras e cuidadoras de crianças. Outra carência é uma reforma na casa, doações em espécie e de alimentos como arroz, feijão, até mesmo, brinquedos e roupas usadas. Alimento perecíveis também são aceitos.

Meu sentimento é de muita tristeza. A casa está numa situação precária, precisando de uma grande reforma. Estou sem condições, pois orfanato vive de doações e da minha aposentadoria, que  é pouquíssima. Fico mendigando aos meus filhos para pagar aos trabalhadores”, argumenta.
Em 2015, a instituição vivenciou o mesmo problema pela falta de apoio do município. Na época, foram realizadas reuniões com o ex-prefeito Eduardo Alencar, mas tudo não passou de palavras. O lar continuou sem apoio do executivo municipal.

Presente na casa há 18 anos, dona Nilzete conta que deseja manter  as portas abertas. “Nunca fechei minhas portas, ou disse não tenho vaga. Não abandono nenhuma criança e sempre tem espaço para mais uma. Acolhemos com o verdadeiro amor de mãe, e não faço isso para ser agradável, mas  sim, para cumprir uma missão que Deus colocou em minhas mãos. O que ainda me dá ânimo e forças para continuar é a fé inabalável na providência de Deus, porque é ele que me ajuda”, concluiu.

PREFEITURA
A reportagem do Simões Filho Online entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Simões Filho, mas o órgão, até a publicação desta matéria, não deu nenhum posicionamento sobre o caso. A falta de assistência ao orfanato não foi esclarecida pelo atual gestor, nem se algum repasse será efetuado pela administração para que o abrigo não feche as portas.

AJUDE A MANTER AS PORTAS ABERTAS
Quem desejar ajudar o Lar Irmã Benedita Camurugí, pode fazer depósito bancário na Conta: 1030-8, Agência: 2798-7, Banco do Brasil – CNPJ: 002370520001-88. Quem preferir, pode levar doações de alimentos e roupas no próprio Lar, localizado na Praça da Bandeira, centro da cidade.


*Simões Filho Online

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