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Ginecologia natural: entenda método de cuidado íntimo com uso de ervas

Fernanda Barros é enfermeira. Porém, ao perceber que estava com corrimento vaginal, não recorreu a pílulas ou a pomadas industrializadas. A cura, para a moça de 29 anos, estava bem longe da farmácia. Ela tratou a infecção com alho. Pode até ser incomum, mas ela não está sozinha. Fernanda é adepta da Ginecologia Natural, que combina autoconhecimento e tratamentos alternativos.

Mas não vá achando que é só tratar enfermidades com plantinhas. Até tem, mas vai muito além disso. “A Ginecologia Natural não é apenas sobre o uso das ervas medicinais, receitas e dicas para doenças. O caminho proposto é o do autoconhecimento. Quando a mulher mergulha profundamente na sua dor, ela compreende a raiz da causa e sua relação com corpo, coração e alma”, explica Tayna Alma, 29, terapeuta holística e ginecologista natural.

A relação de Tayna com o movimento começou em 2015, quando ela descobriu que estava com a síndrome do ovário policístico (SOP). A moça, que na época já trabalhava com terapia ayurvédica - sistema de saúde que acredita que uma pessoa só pode ser saudável quando equilibra corpo, mente e alma - decidiu, por conta própria, suspender o uso da pílula anticoncepcional e se aprofundar na cura pela natureza. Após se curar, Tayna intensificou os estudos e se tornou ginecologista natural.

“Não é uma formação com diploma. Até porque, o uso das ervas medicinais, infelizmente, a gente não aprende nas universidades. Ginecologia natural é, antes de mais nada, acreditar na força da cura pela natureza. No caminho, você passa esse ensinamento para outras mulheres. A experiência adquirida é diária e vivencial”, comenta Tayna. 

Por onde começar?
Para Christielle Rezende, terapeuta integrativa, bióloga e ginecologista natural, todo o conhecimento do movimento é ancestral. Ou seja: nossas tataravós e todas as mulheres anciãs, que vieram muito antes de nós, já compartilhavam desses ensinamentos. Na época delas, remédios e farmácias sequer existiam. “A gente retoma cuidados que eram feitos em várias tribos, por várias ancestrais. Tudo que a gente tem hoje veio de algum lugar, nosso papel é honrar essa ancestralidade”, destaca Christielle.

Deu vontade de aprender mais? Lançado pelas baianas Laís Souza, Máira Coelho, Luma Flôres e Jaqueline de Almeida, este ano, o Manual de Ginecologia Natural e Autônoma é uma espécie de guia. Durante um ano, as quatro reuniram informações sobre o tema, buscando referências em experiências pessoais, profissionais, cartilhas e livros. O resultado já soma mais de 25 mil citações no Google e incontáveis menções no Facebook. Em uma única publicação, realizada por Luma, foram mais de 11 mil compartilhamentos. O manual está disponível, gratuitamente, em PDF (bit.ly/manualgineco). Nesta página, elencamos algumas das dicas ligadas a plantas.

Tá tudo certo?
Para Andrea Queiroz Villas Boas, médica ginecologista e professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, a Ginecologia Natural deve ser apoiada. “Muitas vezes, a paciente chega no consultório cheia de dúvidas, querendo ficar sequinha, achando que até o corrimento precisa ser tratado, quando, na verdade, nós tratamos apenas a infecção. A mulher resgatar sua ancestralidade e entender como a máquina feminina funciona é muito importante, isso deve sim ser estimulado”, acredita. 

Porém, de acordo com Andrea, é preciso ter cuidado. “Tratamento de doenças é algo muito sério. A medicina é baseada em estudos, tudo que usamos foi testado. Quando a gente está se tratando, é importante lembrar que, antes de tudo, é preciso evitar qualquer tipo de malefício para que o quadro não piore. Esse resgate é importante, mas tem que ter muito cuidado”.

Sálvia
Auxilia no equilíbrio hormonal, em corrimento do útero e sudorese excessiva. Alivia TPM e cólicas.

Camomila
É anti-inflamatória, acalma e relaxa. Auxilia nos processos ligados à TPM (cólicas, enjoos, dor de cabeça).

Calêndula 
É cicatrizante, anti-inflamatória, antimicrobiana e auxilia a vinda da menstruação. Indicada durante o pós-parto.

Rosa branca
Adstringente, anti-inflamatória e calmante. Indicada para candidíase, infecção uterina e estresse.

Artemísia
Indicada para cólicas, síndrome dos ovários policísticos, inchaços, dor no útero e distúrbios menstruais.
Erva doce
Auxilia o equilíbrio hormonal (estrogênio), estimula a produção de leite e ajuda nos distúrbios menstruais.

Babosa
É digestiva, tônico para a circulação sanguínea e estimula o útero. Indicada para cólicas menstruais e inchaços.
Alecrim 
Aumenta a circulação sanguínea. Boa para cólicas. Ideal para o período pós-parto.




*Correio da Bahia











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