Novidades


 

Após pegar bactéria, irmão do empresário Nilton Novaes morre no Hospital Geral de Camaçari

A família do empresário Nilton Novaes, dono da loja de autopeças MW, localizada no Centro de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS), está em luto pela perda de um ente querido.

De acordo com Nilton, após dias internado no Hospital Geral de Camaçari (HGC) com o objetivo de fazer uma pequena cirurgia no dedo do pé, seu irmão acabou adquirindo uma “infecção hospitalar generalizada”, que resultou na sua morte.

Em entrevista ao SIMÕES FILHO ONLINE, na tarde desta quarta-feira (16/01), Novaes contou a triste experiência vivenciada por sua família ao ter que acompanhar seu irmão durante o período de internamento na unidade de saúde, que segundo ele, está funcionando em situação precária.

Otoniel Novaes Caldas deu entrada no HGC no último dia (21/12) para realizar o pequeno procedimento cirúrgico, proveniente de uma ferida, mas como ele era diabético e corria o risco de amputar o dedo, o caso clínico do paciente exigia exames mais detalhados. Entre os exames solicitados estava o Ecocardiograma com Doppler, que por ser de alta complexidade, dependeria da Central de Regulação para ser efetivado.
Segundo Nilton, para adiantar o processo cirúrgico, a família resolveu retirar Otoniel do HGC para fazer o exame em uma unidade particular, mas ainda assim ele dependeria da avaliação de um cardiologista para ser transferido e único profissional disponível no hospital está em período de férias, o que dificultou ainda mais a situação de seu irmão.

Neste meio tempo, Otoniel, que sofria de um transtorno psicológico acabou ficando agitado e necessitando de transferência do pré-operatório para o setor de emergência da referida unidade, onde adquiriu uma infecção no pulmão.

Conforme relatos do empresário, pacientes com diversas patologias diferentes ficam misturados na mesma ala de internação, além disso, o local não possui nenhuma ventilação, o que pode ter sido crucial para o falecimento de seu irmão.

“O local lá é extremamente constrangedor. É um local com um cheiro horrível, sem ventilação. Um negócio abafado, onde ficam todos os pacientes que chegam, com todo tipo de problema, baleados, cortados, pessoas com diversos tipos de doenças, tudo misturado ali naquela mesma sala. Por sinal, do lado de Otoniel tinha uma pessoa com tuberculose”, ressaltou Novaes.

Dias depois Otoniel começou a sentir febre e através de uma radiografia os médicos detectaram que ele havia adquirido uma pneumonia bacteriana. Em seguida, um exame de sangue revelou que a contaminação havia entrado nas correntes sanguíneas, o que fez o quadro evoluir para uma infecção generalizada, de acordo com Nilton.

“Nesse período eu tentei falar com a diretora do hospital. Por diversas vezes eu tentei falar com ela para encontrar uma saída do problema, mas lá existe uma barreira que ninguém consegue falar com a direção do hospital. Foi uma coisa constrangedora”, lembrou o empresário.

Ainda segundo Novaes, este não é o primeiro relato de paciente que morre por contrair infecção hospitalar no HGC. Os próprios funcionários da unidade de saúde teriam revelado que a maior causa de mortes no hospital é por contaminação, uma situação que precisa ser revista o quanto antes.

“Eu faço um apelo para o prefeito de Camaçari, para os vereadores e para todas as autoridades para que se movimentem, para mais pessoas não morrerem naquele hospital. O relato que eu tenho lá é que a maioria dos óbitos que acontecem são exatamente por infecção generalizada, diversas pessoas falaram isso lá. Aquele amontoado de pessoas nada mais é do que está na fila para a morte, porque lá não tem nenhuma estrutura para suportar o tamanho da procura”, declarou.
Otoniel faleceu no último sábado dia 12/01 e foi sepultado no domingo. Ao lamentar a morte do irmão, Nilton contou que tem falado sobre o caso justamente para que outras famílias não passem pela mesma situação dentro do HGC.

“Que a morte do meu irmão não fique perdida, ou que sirva para que através deste ato, outras pessoas possam ser salvas”, comentou ele ainda bastante abatido.

Ao concluir sua fala, o empresário salientou que não tem o que se queixar dos funcionários do hospital e disse que todos são humanos, mas que como as limitações são grandes, eles não tiveram condições de avançar.



*Simões Filho Online

Nenhum comentário