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Travesti é constrangida e proibida de entrar em banheiro feminino da Câmara de Vereadores

Em pleno dia de defesa dos direitos LGBTQI+, a atriz e arte-educadora Xan Marçall, de 33 anos, sofreu preconceito por ser travesti. Ela participava de uma sessão na Câmara Municipal de Salvador (CMS) e precisou ir ao banheiro, mas foi expulsa após entrar no banheiro feminino, como sempre faz.

à coluna Me Salte, do Correio*, ela contou que uma senhora uniformizada a abordou e pediu que ela deixasse o local “porque é homem”. A negativa da mulher, a quem a travesti acredita ter sido dada a missão de lhe abordar, por um segurança, decidiu sair do banheiro.

“Eu tenho toda tolerância do mundo, sei que é um processo de conhecimento, de desconstrução, mas fico muito triste, me sinto constrangida de passar por isso, ironicamente, na noite de hoje, onde tantos de nós estamos aqui como homenageados”, lamentou Xan que integra o Coletivo das Liliths.

O coletivo e outras personalidades foram homenageadas na Câmara, em sessão realizada na sexta-feira, cujo tema foi Onde o Orgulho Começou: 50 anos da Revolta de Stonewall e a Luta e Resistência dos Movimentos LGBTQI+.

Depois do ocorrido, Xan, segundo o Correio*, retornou ao plenário e contou o que tinha acabado de passar à psicóloga Ariane Senna, uma das homenageadas da noite. Mulher trans, Ariane afirmou que, imediatamente, retornou ao banheiro, onde encontrou um segurança. Segundo ela, o homem reafirmou que ali não era um local “apropriado para homens”.

“Disse que ele não podia ter feito aquilo, porque nós somos, sim, duas mulheres e que o nosso banheiro é o feminino, ali, ou em qualquer outro lugar. Disse que, infelizmente, naquele momento eu não poderia dar a ele uma aula sobre gênero e diversidade. Como resposta, ele me disse que ‘até Léo Kret’ (ex-vereadora, única transsexual que já foi vereadora da casa ) no banheiro masculino, o que sei que é mentira”, lamentou Ariane, que disse ter conseguido entrar no local, após permissão do mesmo homem.

O vereador Marcos Mendes (Psol), que convocou a sessão, definiu o ocorrido como “absurdo”. “Xan foi impedida de adentrar no banheiro feminino e eu quero que isso fique registrado. É absurdo que algo assim aconteça em uma casa que se diz a casa do povo”, disse.


*Bahia.Ba

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