As gordas e o sexo

Já ouviu falar em gordofobia? Não?! Mas a palavra (e o título do post) já dão uma ideia, né? Então. Gordofobia é sensação de desconforto ou repulsa a pessoas gordas. Lembro que houve uma enorme polêmica quando em 2010 saiu um artigo assinado na Marie Claire US (justo onde? rs) sobre a série Mike and Molly. A reportem em questão dizia ter nojo de pessoas obesas e que era esteticamente desagradável ter de ver um obeso andando na rua, quem dirá se beijando. Por que estou suscitando o caso? Porque é extremamente paradoxal, se formos contar que há esse nojo generalizado de pessoas obesas, de que meninas gordas comecem a vida sexual mais cedo (até pq elas têm peito, bunda, coisa que meninas magras não possuem na adolescência) e que mulheres gordas sejam tidas como fogosas.

Fogosas? Ah, deve ser por que não encontram muitos parceiros daí, quando fazem, se empolgam. A jornalista Nádia Lapa, do 100 homens em um ano, é gorda. Pois é. G.O.R.D.A. E ela teve sim cem parceiros diferentes em um ano. Então não é falta de parceiro sexual, né? A Polly, que fez Te dou um dado? e escreve no Lugar de Mulher também é gorda e tem vida sexual ativa. Como essa lista vai longe (e tem todas as ressalvas de cor de pele), quero chamar a atenção para o fato de que sim, mulheres obesas também fazem sexo.

Esse é o mote do lindo projeto Adipositivity (ou Adipositividade, em tradução minha) no período do Valentine’s Day (o Dia dos Namorados gringo). Todo ano a fotógrafa responsável pelo projeto posta a foto de casais em que ao menos umx dxs parceirxs é gordx (usualmente mulher). Mostra os corpos, mas também que há sensualidade e sexualidade naqueles indivíduos. Que são “gente como a gente”. E ó. É gorda mesmo, tá. Não é fofinha, cheinha, gordinha, cheia de gostosura (pode até ser rs). Ser gorda não é um defeito, logo, não é um xingamento. Mesma coisa com ser lésbica, negra ok?

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