Corpos de mãe e filhos mortos em desabamento no Bom Juá são enterrados
O enterro estava marcado para as 16h, mas aconteceu depois das 17h, por conta de demora nos trâmites
Os corpos das quatro vítimas que morreram em um desabamento na comunidade do Marotinho, em Bom Juá, foram sepultados no final da tarde desta terça-feira (28) no Cemitério de Campinas de Brotas, na capital baiana. O local estava lotado, com mais de 300 pessoas presentes para se despedir das vítimas
Morreram no desabamento do Bom Juá os irmãos Joice Bispo Reis, 15 anos, e Jonathan Bispo Reis, 13, a mãe Geraldina Bispo, 35, e a criança Adriano Bispo Pereira, 11 anos, que vivia na casa de cima e também era parente das outras vítimas.
O enterro estava marcado para as 16h, mas aconteceu depois das 17h, por conta de demora nos trâmites. Os parentes fizeram uma manifestação para protestar contra a situação do cemitério, reclamando que não havia espaço para velar apropriadamente. os corpos. Reclamaram também que uma das capelas estava fechada e que o local estava sujo.
O pai de Joice e Jonathan, Joilson Ribeiro Reis, estava bastante abalado e sentindo culpa porque impediu os filhos de irem para escola no dia da tragédia por conta da chuva. Assim, os dois filhos estavam em casa no momento do desabamento e acabaram perdendo a vida. Os parentes lembraram a alegria das crianças e que Jonathan queria ser jogador de futebol.
No cemitério Quinta dos Lázaros, foi sepultado o corpo de Samuel dos Santos, 12 anos, morto na avenida San Martin. Samuel foi a primeira vítima a ter o corpo resgatado, na manhã de ontem. Outras 10 pessoas da comunidade do Barro Branco perderam a vida. O corpo de Maria Tereza dos Santos Junior, 57, também foi sepultado esta tarde na Quinta dos Lázaros.
Desabamento e morte
A casa onde a família Bispo Reis morava foi atingida por outra, onde viviam outros parentes, logo acima, em uma encosta. A terra molhada arrastou o primeiro imóvel, onde Cecília Bispo, sobrinha de Geraldina, estava com os filhos Adriel e Adriano Bispo Pereira, duas crianças.
Ao todo, oito pessoas foram atingidas pelo deslizamento e quatro delas sobreviveram: além de Joilson, o aposentado Carlos Gama da Cunha (pai de Geraldina), 84 anos, Adriel Bispo Pereira e Cecília Bispo.
Segundo o coronel Adson Marchesini, do Corpo de Bombeiros, que chefiou o resgate, quatro pessoas não resistiram. Além dos irmãos Joice e Jonathan, e da mãe, a garota Adriana também morreu. Até a noite de ontem, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) só soube informar a situação do garoto Adriel, internado no HGE em situação estável.
Choque
Quando o rio de lama começou a invadir a Travessa Moreira, pouco depois das 6h, Joilson estava próximo da porta da saída. Foi o que o ajudou a sair quase ileso da situação. “Ele ainda tentou puxar ela (Geraldina), mas não conseguiu, porque veio o barro todo em cima dele”, contou Roseane Cruz Menezes, madrinha de Jonathan.
Os adolescentes ficaram soterrados por sete horas e um deles chegou a se comunicar com bombeiros e moradores durante o resgate. “Ela (Joice) chegou a falar que estava bem, mas o menino não respondeu”, contou Roseane.
Recorrência
Por causa da terra molhada, um novo deslizamento aconteceu, dificultando a ação. O pai, inconsolável, foi acudido pelos vizinhos e ficou isolado, com a família, em uma casa próxima. Enquanto aguardavam que os adolescentes fossem encontrados, a família se reuniu para orar.
“Há 10 anos, na minha família, teve deslizamento e morreram cinco pessoas. Eu sei o que é sentir essa dor”, disse a agente de limpeza Laiane Fernandes, que cedeu a casa para a família das vítimas. No mesmo local, há quatro anos, houve um deslizamento de terra que invadiu o imóvel da família. Após a construção da segunda casa, de Cecília, a família achou que estaria em segurança.
Ajuda
O deslizamento chocou os moradores, que se mobilizaram para ajudar no resgate. Carros não podem acessar a travessa e, por isso, a vizinhança se juntou para retirar a lama com pás, enxadas e dez carrinhos de mão. “Larguei tudo do meu trabalho e vim ajudar”, disse o pedreiro Deivid Souza, 26.
Mais de 20 moradores se revezavam no trabalho pesado de subir e descer a rua com os entulhos e lama. A disposição dos moradores só cessou às 14h10, quando foi encontrado o corpo de Jonathan. Minutos depois, Joice foi localizada, perto do irmão.
* Com informações da repórter Priscila Natividade
Os corpos das quatro vítimas que morreram em um desabamento na comunidade do Marotinho, em Bom Juá, foram sepultados no final da tarde desta terça-feira (28) no Cemitério de Campinas de Brotas, na capital baiana. O local estava lotado, com mais de 300 pessoas presentes para se despedir das vítimas
Morreram no desabamento do Bom Juá os irmãos Joice Bispo Reis, 15 anos, e Jonathan Bispo Reis, 13, a mãe Geraldina Bispo, 35, e a criança Adriano Bispo Pereira, 11 anos, que vivia na casa de cima e também era parente das outras vítimas.
O enterro estava marcado para as 16h, mas aconteceu depois das 17h, por conta de demora nos trâmites. Os parentes fizeram uma manifestação para protestar contra a situação do cemitério, reclamando que não havia espaço para velar apropriadamente. os corpos. Reclamaram também que uma das capelas estava fechada e que o local estava sujo.
O pai de Joice e Jonathan, Joilson Ribeiro Reis, estava bastante abalado e sentindo culpa porque impediu os filhos de irem para escola no dia da tragédia por conta da chuva. Assim, os dois filhos estavam em casa no momento do desabamento e acabaram perdendo a vida. Os parentes lembraram a alegria das crianças e que Jonathan queria ser jogador de futebol.
No cemitério Quinta dos Lázaros, foi sepultado o corpo de Samuel dos Santos, 12 anos, morto na avenida San Martin. Samuel foi a primeira vítima a ter o corpo resgatado, na manhã de ontem. Outras 10 pessoas da comunidade do Barro Branco perderam a vida. O corpo de Maria Tereza dos Santos Junior, 57, também foi sepultado esta tarde na Quinta dos Lázaros.
Desabamento e morte
A casa onde a família Bispo Reis morava foi atingida por outra, onde viviam outros parentes, logo acima, em uma encosta. A terra molhada arrastou o primeiro imóvel, onde Cecília Bispo, sobrinha de Geraldina, estava com os filhos Adriel e Adriano Bispo Pereira, duas crianças.
Ao todo, oito pessoas foram atingidas pelo deslizamento e quatro delas sobreviveram: além de Joilson, o aposentado Carlos Gama da Cunha (pai de Geraldina), 84 anos, Adriel Bispo Pereira e Cecília Bispo.
Segundo o coronel Adson Marchesini, do Corpo de Bombeiros, que chefiou o resgate, quatro pessoas não resistiram. Além dos irmãos Joice e Jonathan, e da mãe, a garota Adriana também morreu. Até a noite de ontem, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) só soube informar a situação do garoto Adriel, internado no HGE em situação estável.
Choque
Quando o rio de lama começou a invadir a Travessa Moreira, pouco depois das 6h, Joilson estava próximo da porta da saída. Foi o que o ajudou a sair quase ileso da situação. “Ele ainda tentou puxar ela (Geraldina), mas não conseguiu, porque veio o barro todo em cima dele”, contou Roseane Cruz Menezes, madrinha de Jonathan.
Os adolescentes ficaram soterrados por sete horas e um deles chegou a se comunicar com bombeiros e moradores durante o resgate. “Ela (Joice) chegou a falar que estava bem, mas o menino não respondeu”, contou Roseane.
Recorrência
Por causa da terra molhada, um novo deslizamento aconteceu, dificultando a ação. O pai, inconsolável, foi acudido pelos vizinhos e ficou isolado, com a família, em uma casa próxima. Enquanto aguardavam que os adolescentes fossem encontrados, a família se reuniu para orar.
“Há 10 anos, na minha família, teve deslizamento e morreram cinco pessoas. Eu sei o que é sentir essa dor”, disse a agente de limpeza Laiane Fernandes, que cedeu a casa para a família das vítimas. No mesmo local, há quatro anos, houve um deslizamento de terra que invadiu o imóvel da família. Após a construção da segunda casa, de Cecília, a família achou que estaria em segurança.
Ajuda
O deslizamento chocou os moradores, que se mobilizaram para ajudar no resgate. Carros não podem acessar a travessa e, por isso, a vizinhança se juntou para retirar a lama com pás, enxadas e dez carrinhos de mão. “Larguei tudo do meu trabalho e vim ajudar”, disse o pedreiro Deivid Souza, 26.
Mais de 20 moradores se revezavam no trabalho pesado de subir e descer a rua com os entulhos e lama. A disposição dos moradores só cessou às 14h10, quando foi encontrado o corpo de Jonathan. Minutos depois, Joice foi localizada, perto do irmão.
* Com informações da repórter Priscila Natividade
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