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PM que matou técnico em pizzaria já havia sido expulso da polícia por outro homicídio

O soldado reformado da PM Jorge Antonio Gomes dos Santos, 45 anos, se apresentou na tarde desta terça-feira (21) na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e confessou ter matado o técnico em informática Fábio Luiz dos Santos Carmo, 33 anos, dentro de uma pizzaria na Ribeira, na madrugada de sábado. Ele já havia sido expulso da corporação em 2006, por outro homicídio.
Em depoimento ao titular da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), delegado Reinaldo Mangabeira, o soldado – que se apresentou como sargento da PM – alegou ter chegado na pizzaria por volta das 23h e ter efetuado os disparos após uma discussão com a vítima. 
O delegado contou que a briga começou depois que o soldado derrubou champanhe em Fábio. "Pelos gestos da filmagem (das câmeras de segurança da pizzaria), Fábio tenta avançar em um grupo, mais precisamente no policial, que saca a arma. Nesse momento, a vítima recua, mas o policial dá um tiro e a vítima cai, sem reação. Em seguida, o policial abaixa e dá outros dois tiros”, explicou o delegado. 
Ainda segundo Mangabeira, Jorge alegou que a arma utilizada para cometer o crime caiu durante a fuga. “Ele colocou a arma na cintura e fugiu. No interrogatório, ele disse que perdeu a arma durante a fuga, um revólver calibre 38, que ele disse ter comprado há 10 anos nas mãos de um ex-policial, já falecido. Portanto, a arma estava de forma irregular nas mãos Jorge”, disse. 
Após ser ouvido, Jorge saiu da sede do DHPP, por volta das 17h30, tentando cobrir o rosto e sem falar com a imprensa. Ele deverá cumprir 30 dias de prisão provisória no Batalhão da Polícia Militar, em Lauro de Freitas. Ele também está à disposição da Corregedoria da Polícia Militar.
A irmã de Fábio, Fernanda Carmo, 27 anos, prestou depoimento na manhã desta terça e aguardou a saída do suspeito. Bastante abalada, Fernanda tentou agredir o suspeito e teve que ser contida por amigos e familiares que estavam no local. Veja o vídeo.
Outro homicídioEm 2003, Jorge já tinha cometido outro homicídio, em Mussurunga, e chegou a ser exonerado da corporação no ano de 2006 por conta do crime. Em 2010, uma decisão judicial permitiu a reintegração de Jorge à PM como soldado reformado. 
Segundo o delegado Reinaldo Mangabeira, em 2003, Jorge contratou um homem – que não teve a identidade divulgada – para prestar serviço como eletricista na residência do soldado. Como ele não completou o serviço, Jorge foi até um bar onde a vítima também trabalhava como garçom e o matou. Jorge Antonio está respondendo pelo crime em liberdade. Não há mais informações sobre o processo, que está na fase de recurso.
Arma do crime
Jorge Antonio Gomes dos Santos, 45 anos, atirou três vezes contra o técnico. Segundo informações do delegado Reinaldo Mangabeira, um amigo do PM estava fazendo aniversário e eles decidiram comprar uma garrafa de champagne para comemorar.
Fábio também estava na Caravelas Pizza Bar com a namorada, a enfermeira Patrícia Mattias, a sobrinha dela, um amigo, a prima e uma amiga. Eles comemoravam a conquista do novo emprego de Fábio, que começaria no dia 1º de agosto.
Quando os amigos do PM abriram a garrafa, respingos da bebida atingiram algumas pessoas que estavam no local, entre eles, Fábio..
Uma amiga de Fábio que estava no local disse que o técnico chegou a conversar com o trio, mas de forma tranquila.
"Fábio foi lá falar com eles. Mas foi tudo numa boa, eles pediram desculpa e ainda abraçaram ele", lembrou Hanna Moraes.
Depois de um tempo, o mesmo homem voltou a comprar outra garrafa de champanhe e estourá-la, repetindo a chuva de bebida sobre as pessoas que estavam próximas. Pessoas que estavam na mesa de Fábio Luiz se envolveram na discussão e o técnico começou a falar com o PM, que sacou a arma. A vítima recuou, mas Jorge Antonio atirou mesmo assim.
De acordo com o delegado, o tiro provavelmente atingiu a cabeça ou o peito da vítima, pois o técnico já caiu no chão imóvel. Em seguida, o PM se agachou e atirou mais duas vezes contra a vítima, fugindo depois.
A prisão provisória do policial foi solicitada e ele deve cumprir 30 dias de prisão no Batalhão de Choque da Polícia Militar, localizado em Lauro de Freitas.
Carreira de militarO soldado Jorge Antonio Gomes dos Santos, 45 anos, entrou na Polícia Militar em 1997. Um ano depois, ele sofreu um acidente de carro ao voltar do trabalho e, por isso, foi reformado em 2001.
Em 2003, ele cometeu o homicídio de Mussurunga. Pelo crime, foi exonerado três anos depois, mas em 2010, uma decisão judicial levou à reintegração do PM. O delegado afirmou que, apesar de estar reintegrado, o policial não trabalhava.
O sargento trabalhou no 8º Batalhão da Polícia Militar (Porto Seguro) e na 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (Iguatemi)



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