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Profissionais de eventos fazem novo protesto pedindo diálogo com poder público



Profissionais da área de eventos na Bahia realizaram um novo protesto na manhã desta quinta-feira (11), na Avenida ACM, em Salvador. Músicos, produtores, empresários, seguranças, garçons, dançarinos, entre outros profissionais da área, reivindicaram a possibilidade de minimamente serem ouvidos pelas autoridades, para que possam propor um planejamento de retorno das atividades culturais e de entretenimento.

Com a interrupção destes eventos por conta da pandemia da covid-19, o grupo alega que milhares de pessoas estão passando por extrema dificuldade financeira.

Segundo Adriano Malvar, presidente da Associação de Profissionais de Eventos (APE), cerca de 3 mil pessoas participaram da manifestação, que contou até com a presença de um trio elétrico e de um Rei Momo.

“Queremos passar o nosso recado para o Poder Público. Acho que conseguimos, apesar de não termos tido resposta ainda. Amanhã de manhã entrarei em contato com o Governo do Estado, com a Prefeitura de Salvador, e com o poder legislativo. Nós também vamos entrar com uma ação no Ministério Público, para ver se pelo menos conseguimos ser ouvidos pelas autoridades”, afirmou Adriano.

A categoria alega que está há mais de 11 meses sem poder trabalhar, por conta das regras de restrição impostas na pandemia. O setor é crítico a algumas medidas que “não fariam sentido”, como a permissão de apenas uma dupla no palco, enquanto nos bares, são permitidas mesas com até dez pessoas. Essa e outras limitações citadas pelos manifestantes estão causando revolta na categoria. “É um massacre”, classifica o presidente da APE. 


Decreto

O Governo do Estado decidiu prorrogar o decreto que suspende shows e aulas até o dia 14 de fevereiro de 2021. Ele proíbe a realização de atividades com público superior a 200 pessoas, como passeatas, feiras, circos, eventos científicos, desportivos e religiosos.

Shows e festas, públicas ou privadas, seguem proibidos independente do número de participantes. Cerimônias de casamento e solenidades de formatura podem ser realizadas desde que limitadas a até 200 pessoas. A parte festiva desses eventos não está permitida.



Desabafo

O empresário do ramo Márcio Ribeiro esteve presente nas manifestações desta quinta-feira e conversou conosco sobre os acontecimentos. De acordo com ele, o Poder Público sequer deu a oportunidade da categoria apresentar o seu lado e discutir uma solução que possa agradar todos os lados, sempre levando em conta a situação da pandemia da covid-19. A falta desse debate acaba piorando a situação atual, visto que não há nenhuma perspectiva do que vai ou não acontecer. 

"É um absurdo nós não podermos trabalhar. Não é sobre o Carnaval, nós sabemos que não tem como a festa acontecer nem aqui, nem no resto do mundo. A gente quer saber porque todas as áreas voltaram e a gente do entretenimento não. Não queremos aglomeração, muito pelo contrário, já fizemos eventos testes de muito sucesso", observou. "Não é só festa, show, fazemos também eventos corporativos, congressos, simpósios, feiras. Não queremos eventos de massa. Tudo que a gente quer é bem simples, e ninguém conversa com a gente, completou Márcio. 

Emocionado, o empresário detalhou a situação em que os profissionais da área de eventos vivem atualmente. Problemas como depressão, alcoolismo e pensamentos suicidas acabaram virando parte do cotidiano destas pessoas, que atualmente não estão conseguindo manter as contas básicas, como água e luz, em dia, além de não conseguirem honrar seus aluguéis, fato que seja um grande número de despejos de pessoas da área.

“Não dá, não tem a menor condição. Só queremos viver de forma digna. Hoje, cada dia mais temos pessoas da área de eventos que viram alcoólatras, depressivos, até mesmo suicidas. Há pessoas que vão perder a vida por conta unicamente de não poderem trabalhar. Há pessoas passando fome, eu mesmo recebi uma cesta básica, achei que iria acabar doando para alguém, mas acabei tendo que usá-la para não passar fome. Muitas pessoas estão sendo despejadas de suas casas, eu mesmo estou devendo dez meses de aluguel. A gente não consegue pagar nossas contas de luz, dependemos da ajuda de família e amigos… É uma situação insustentável, e o Poder Público não faz nada para nos ajudar”, desabafa o empresário. 




*Correio da Bahia

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