Tiros e medo: comércio fecha as portas e ônibus param de circular em Valéria
O clima é de tensão na manhã desta quarta-feira (18), no bairro de Valéria. Moradores relatam muitos tiros desde as 6h30, na Rua das Palmeiras, Boca da Mata, na localidade do Penacho Verde. Com o clima de insegurança, o comércio fechou as portas e os ônibus pararam de circular.
O comércio local voltou a abrir as portas quando a situação foi controlada pela polícia. Os ônibus continuam sem circular nessas localidades e, por conta disso, moradores estão andando o Largo de Valéria até Nova Brasília. são cerca de 2,5 km de percurso.
Mais de 10 viaturas ficaram concentradas em Nova Brasília de Valéria, no começo da manhã. A situação de maior conflito foi na Rua das Palmeiras.
Diversas viaturas da Patamo, Rondesp, Gêmeos, 31ª CIPM (Valéria) e 18ª CIPM (Periperi). Com armas em punho, os policiais estão fazendo incursões nas localidades. Nas ruas, poucas pessoas estão circulando. O CORREIO entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar para ter mais informações sobre o caso, mas ainda não teve retorno.
A Fábrica Gerdau, que fica no bairro de Valéria suspendeu as atividades nesta quarta, devido aos tiroteios. Os funcionários que estavam na sede só puderam sair com a chegada da polícia. De acordo com funcionários, a fábrica não vai funcionar hoje e não há previsão de reabertura.
Madrugada de terror
O clima de tensão e medo tem sido frequente no bairro, desde a semana passada. Os ônibus chegaram a parar de circular em Nova Brasília de Valéria, devido aos tiroteios.
Os moradores do bairro viveram uma madrugada de terror durante o confronto entre as facções Katiara e o Bonde do Maluco (BDM). O tiroteio iniciou por volta das 3h desta segunda-feira (16) e durou pouco mais de duas horas. “Ninguém conseguiu dormir. Parecia até o Rio de Janeiro”, disse uma moradora de Valéria.
As balas de fuzis, metralhadoras, escopetas, pistolas e revólveres encontraram casas, carros e até o portão de uma escola estadual que, por conta disso, teve suspensas as aulas presenciais. Ainda durante o confronto, bandidos cortam os cabos de rede, deixando parte da região sem acesso à internet. Até o momento, não há informações de mortos e feridos.
O medo dos moradores de Valéria é pauta constante dos noticiários de Salvador. Em março deste ano, o CORREIO mostrou a situação de moradores que abandonaram suas casas crivadas de balas na Rua Penacho Verde, área dominada pela Katiara.
*Correio da Bahia
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