Bahia tenta reduzir elenco antes de buscar mais contratações
O período entre o final de um ano e o início do outro é quando o mercado do futebol se aquece. É nessa fase que muitos clubes vão “às compras” para se reforçar com novos jogadores. Mas, no Bahia, o movimento tem sido diferente neste início de 2022. A meta do tricolor a oito dias do início da temporada ainda é de reduzir o elenco para só depois fazer mais contratações.
Até aqui, o Bahia agiu de forma tímida na montagem do elenco que vai disputar quatro competições ao longo do ano. Quatro jogadores chegaram ao clube: os laterais Luiz Henrique, Djalma Silva e Jonathan e o volante Rezende. Mesmo assim, tem 27 atletas na lista oficial do elenco divulgada pelo clube (que não inclui a maioria dos jogadores da equipe de transição) e, por isso, a diretoria pretende transferir alguns para outros clubes antes de inchar a folha salarial.
“O primeiro movimento é de adequação do elenco. Vamos precisar ter muita cautela, errar muito menos do que temos errado. Existem conversas, mas nosso objetivo principal é ajustar o tamanho do elenco, com algumas saídas que precisam acontecer. Depois disso, vamos com toda cautela e cuidado para novas contratações. Nosso movimento central hoje não é de buscar atletas, é de adequar o elenco”, explicou o presidente Guilherme Bellintani.
A busca por essa readequação do elenco passa por dois desafios. O primeiro é o de reduzir as posições onde há excesso de jogadores. O time conta, por exemplo, com cinco goleiros. Além do titular Danilo Fernandes, estão à disposição Mateus Claus, Matheus Teixeira, Dênis Júnior renovou contrato até o fim do ano e Douglas voltou do empréstimo ao Juventude.
Entre o quinteto, Douglas é quem aparece com maior possibilidade de deixar o clube. Enquanto uma proposta não chega, ele treina com o elenco. O goleiro, aliás, se encaixa também no segundo desafio que o Bahia tem para resolver: o dos jogadores considerados caros para a Série B. Pode-se incluir nesse grupo o atacante Clayson, que volta depois de disputar a Série A pelo Cuiabá, e o paraguaio Oscar Ruiz.
“Tem atletas que não atendem ao perfil técnico de elenco para a Série B. Estamos conversando com outros clubes, sendo procurados e procurando. Esse é um mecanismo normal para o momento do futebol. Estamos fazendo com cautela. Se disser que tem um jogador disponível, o valor dele cai. Não vão ouvir falar que um jogador está disponível. Não existe isso. Mesmo que haja, e há, não vamos divulgar isso, que diz respeito a estratégia de negociação”, afirmou Bellintani.
Enquanto não anuncia novas contratações, o grupo segue com lacunas abertas. No ataque, Rodallega é o único centroavante disponível após a saída de Gilberto. A tendência é que o garoto Marcelo Ryan, de 19 anos e atualmente na equipe de transição, marque presença em alguns jogos.
Já no meio-campo, apenas os volantes Patrick e Rezende estão à disposição no elenco principal, já que Lucas Araújo e Luizão estão treinando com o sub-23. Lucas Araújo, aliás, tem oferta do Remo e pode ser o primeiro a deixar o tricolor neste ciclo do mercado.
Conta não fecha
Após a queda para Série B, o Bahia apresentou orçamento em que prevê arrecadar em 2022 cerca de R$ 95 milhões, uma redução de R$ 76 milhões (44%) em relação ao que foi orçado em 2021. Com a perda de receitas, a meta é reduzir a folha do futebol para ficar entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. No momento, o gasto do clube com o elenco é maior do que o projetado.
“Agora ainda está acima disso porque temos atletas que não deverão continuar no clube. Então existe uma tendência de queda. Mas com essa folha projetada a gente acredita que dá para montar um time competitivo. Com jogadores que queiram ficar no Bahia, com vontade e empenho”, entende Bellintani.
Vale destacar que, como a CBF criou janelas de contratações, o Bahia terá até o dia 12 de abril para contratar atletas - logo após o fim do estadual. Depois disso, um novo período de transferências acontecerá entre 18 de julho e 15 de agosto.
*Correio da Bahia
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