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Semana começa em Salvador com risco de greve de ônibus



O domingo, 22, foi de transtorno para a população soteropolitana que precisou utilizar o ônibus para se locomover pelas vias de Salvador ou ter acesso às estações de metrô da capital. Para além da paralisação, a semana começa com risco de uma greve geral dos motoristas e cobradores de ônibus se o prefeito Bruno Reis (União Brasil) não se sentar na mesa de negociação com os representantes das concessionárias e com o sindicato.

Em vídeos compartilhados nas redes sociais, dirigentes dos Sindicatos dos Rodoviários do Estado da Bahia, falam que esperam que a prefeitura e os representantes das empresas donas dos ônibus que circulam na capital sentem para “destravar a pauta” esta semana, do contrário, a greve irá acontecer.

“A gente consegue mostrar no domingo o prejuízo que a cidade tem sem os ônibus. Se a gente for para a greve, é um prejuízo bilionário para a cidade, porque o serviço deixa de acontecer. O que a gente quer é sensibilizar o poder público e os empresários para evitar a greve na cidade por tempo indeterminado. Isso aqui [a paralisação] hoje é apenas um ensaio”, disse o vice-presidente do sindicato da categoria, Fábio Primo, em frente a uma das garagens de ônibus.

Estamos aqui hoje para o prefeito, principalmente, que é o gestor da cidade venha para a mesa destravar a negociação para a campanha salarial, diz outro dirigente no vídeo. Já outro representante dos rodoviários, fala que a luta não é apenas da categoria, mas da população, pois a luta dos sindicalistas também é para que melhore a qualidade do transporte público. “Temos que responsabilizar por essa paralisação além dos empresários, a prefeitura, que tem que ir para a mesa destravar essa pauta, senão vai ser uma greve geral por tempo indeterminado.

Enquanto prefeitura, rodoviários e empresas donas de ônibus não chegam a um denominador comum, a população que depende do transporte público, vive a incerteza de como se locomover na ida e volta ao trabalho.

É o caso da técnica de enfermagem Andressa Araújo que saiu de dois plantões de 24 horas seguidos e, ao sair da segunda jornada de trabalho para ir para casa, ficou um longo tempo no ponto de ônibus aguardando o transporte para ir para casa.

“Achei que ia ter os ‘amarelinhos’ como foi prometido na televisão. Como nenhum ônibus apareceu, fui andando mesmo para a Estação Pirajá. Andei por 20 minutos por um lugar deserto e me senti insegura. Uma mulher com bolsa andando na rua com pouco movimento é sempre um alvo”, disse a profissional de saúde em referência ao esquema emergencial com o uso de 115 micro-ônibus do subsistema de transporte especial complementar para atender à população soteropolitana durante a paralisação de 24 horas dos rodoviários de Salvador neste domingo.

Ao chegar na estação, Andressa encontrou outras pessoas que esperavam pelos ônibus. Foi alertada, no entanto, de que os dirigentes do Sindicato dos Rodoviários estariam proibindo a saída dos ‘amarelinhos’ da garagem. “Resolvi chamar um Uber e dividi com outras pessoas. Tive um custo a mais com isso, mas tive como pagar. E quem não tinha outro jeito de se transportar? Acho certo os rodoviários pedirem melhores salários, mas tem que ter uma organização maior por parte deles e da prefeitura para a população não se prejudicar, argumentou.

Sobre a possibilidade de ter proibido a saída dos ‘amarelinhos’ das garagens, o Sindicato dos Rodoviários diz que a prefeitura esse esquema emergencial com os ‘amarelinhos’ já sabia que nem esses ônibus circulariam, já que a adesão da categoria à paralisação de total por parte da categoria.

“Não estamos impedindo não. Isso é uma inverdade. O que estamos fazendo é um trabalho de conscientização. Apareceram apenas quatro motoristas na garagem, conversaram com dirigentes do sindicato que estão lá e foram embora. A adesão da categoria foi de cem por cento”, afirmou o vice-presidente em entrevista ao A TARDE.


Prefeitura

Na quinta-feira, 19, a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Mobilidade (Semob), convocou uma reunião emergencial com representantes do Sindicato dos Rodoviários quando ficaram sabendo da paralisação deste domingo.

“Estamos vivenciando a pior crise do transporte coletivo urbano da história do país, com empresas falindo, milhares de rodoviários perdendo seus empregos, o sustento de suas famílias, e a população ficando sem transporte. É preciso ter um pouco de sensibilidade nas negociações de ambas as partes”, destacou na ocasião o secretário da pasta Fabrizzio Müller.

De acordo com o secretário, a Prefeitura está à disposição para mediar as negociações entre rodoviários e empresários das concessionárias, contudo, Müller pontuou que, apesar de todos os esforços do município, as negociações devem ser feitas entre as concessionárias e seus funcionários. “A Prefeitura tem acompanhado atenta as negociações, entretanto não há interferência municipal nos valores definidos para reajuste salarial, que deve ser acordado entre funcionários e empresa”, destacou.




*A Tarde

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