Gilberto chega ao Bahia para dar salto de qualidade na lateral-direita
Duas histórias coincidentes e, ao mesmo tempo, contrárias. Ontem, depois de uma complicada negociação, o lateral direito Gilberto, de 30 anos, foi anunciado oficialmente como novo reforço na Cidade Tricolor.
A chegada do atleta entrelaça diversas camadas no clube baiano. Antes de tudo, é uma contratação para suprir dificuldades em posição onde ninguém conseguiu se firmar até aqui. Depois, é uma peça estratégica para alavancar a era, recém-iniciada, do Bahia City.
Por último e não menos importante, é um claro aviso ao mercado de transferências do Brasil. Apesar de a situação da tabela não ser a desejada, por mais que dentro de campo as coisas não tenham saído como esperado até aqui, jogadores confiam no projeto.
Como o futebol é uma eterna caixinha de surpresas, pode ser que o jogador não vingue no Esquadrão. Todos passam por essa possibilidade. Acontece que, em teoria, trata-se de um jogador consolidado no Brasil e que recusou outras ofertas para escolher o Tricolor.
O golpe positivo também não deixa de ser anímico para o torcedor e, claro, para a instituição. Se na última década o time sempre conviveu com empecilhos para trazer grandes jogadores e, por muitas vezes, teve que se contentar com ‘refugos’, agora o panorama sofreu alteração.
A direção do clube, comandado pela concessionária do Grupo City, foi ao mercado, escolheu o seu alvo e buscou. Em outras palavras, é um ato de reivindicação do tamanho de uma equipe que quer voltar aos seus tempos áureos.
Contratar um lateral do Benfica, que chegou às oitavas de final da última Champions League e já foi cotado para a Seleção Brasileira em um passado não tão distante, pode ser lido como um grande passo.
O diretor de futebol Carlos Santoro comentou a chegada do jogador. “Gilberto saiu do país como um dos principais jogadores da Série A e seguiu demonstrando isso num grande da Europa, disputando Champions League e conquistando título. Agora, mesmo procurado por muitos clubes do Brasil, sempre colocou como prioridade o Bahia”, afirmou o cartola.
A linha de discurso se baseia no fato de que o novo reforço deixou o Brasil em 2020, depois de brilhar pelo Fluminense, para dar um passo à frente na sua carreira. Agora, retorna ao país para convergir sua história com a do Esquadrão e simbolizar o passo à frente que o clube deseja dar no cenário nacional e, quem sabe, também internacional.
Encaixe em campo
Três nomes foram utilizados no setor ao longo do ano. Jacaré, antes de se lesionar, foi o que mais chegou perto de se firmar. Mesmo assim, tratava-se de um atacante improvisado na posição. André Dhominique e, sobretudo, Cicinho, tiveram chances e não conseguiram agarrar a vaga.
Na última partida, contra o Cuiabá, o jogador oriundo da base do Tricolor, sofreu duras críticas devido ao nível da sua atuação. Apesar de ser um jogador bem avaliado dentro do clube, tem apenas 20 anos.
O acréscimo que Gilberto oferece à equipe passa também por isso. Pode contribuir para o crescimento de André e ajudar a maturar o atleta. Com apenas 30 anos, o lateral ex-Benfica ainda parece ter muita lenha para queimar.
Ele é, inclusive, a primeira de algumas contratações que o Bahia deve fazer nessa janela de transferências. Na 16ª colocação na tabela da Série A, o time está à beira da zona de rebaixamento. Rodada após rodada, a equipe falha na missão de garantir pontos e se afastar do Z-4.
Luciano Juba, por exemplo, é outro jogador que irá pintar no CT Evaristo de Macedo. A grande pergunta, no entanto, é quando isso ocorrerá. Com um pré-contrato acordado com o Esquadrão, o atacante do Sport é alvo de negociações entre os clubes para uma liberação antecipada. O contrato com o clube de Pernambuco se encerra no final do próximo mês de agosto.
Em 2023, Juba acumula 19 gols marcados e 15 assistências em 43 confrontos disputados. Com excelente rendimento na temporada, sua chegada poderia ajudar o time baiano na definição, já que tem encontrado dificuldades para balançar as redes.
Até aqui, o sistema ofensivo do Tricolor, comandado por Renato Paiva, marcou apenas 15 tentos em 14 partidas jogadas, com uma média pouco superior a um gol por duelo.
*A Tarde/Foto: Felipe Oliveira | EC Bahia
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