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Sete meses depois, mãe de Daiane questiona: quem matou a minha filha?


Sete meses de angústia, de saudade e sem resposta. É assim que Fernanda Alves descreve o momento em que vive na tentativa de descobrir quem matou sua filha. Daiane Souza, de 23 anos, foi morta a tiros em uma praça, na rua Professor Souza Brito, região do Farol de Itapuã, em Salvador, no dia 7 de março de 2022, e desde então a mãe aguarda que a Polícia Civil da Bahia conclua a investigação sobre o caso.

Segundo relatos de testemunhas, Daiane foi morta enquanto estava sentada na frente do seu depósito de bebidas. Imagens gravadas à época mostram dois homens em uma moto se aproximando e em seguida a execução da comerciante.

Em conversa com a equipe do Portal A TARDE, Fernanda Alves revelou que tem tentado ter uma resposta para o crime praticado contra a filha. Segundo ela, há quatro meses ela não consegue falar com a delegada titular da 1ª Delegacia Territorial (DH/Atlântico), responsável pelo caso.

“Toda vez que eu chegava lá, a delegada dizia que estava trabalhando no caso, que estava investigando. Eu perguntei a ela: cadê as imagens das câmaras? - Porque em Itapuã tinha muitas câmeras instaladas. É preciso pelo menos identificar aqueles dois homens que chegaram na moto. Ela nunca me mostrou essas imagens. Depois de uns quatro meses, ela me colocou pra fora da delegacia, disse que não ia mais me atender e que não era pra ficar indo lá, porque eu só ia lá pra atrapalhar o trabalho dela. Eu disse que iria tomar minhas providências e ir ao Ministério Público”.

Com dificuldades em acessar o conteúdo do inquérito, Daiane contratou o advogado Aristides Ferreira Silva para acompanhar o caso.

“Contratei um advogado para acompanhar o caso. O advogado foi lá e disse que a delegada estava trabalhando no caso. Passou um mês, dois meses, três meses e nada aconteceu. Aí perguntei ao advogado como é que estava o andamento e ele disse que tinha que esperar. Aí eu falei: tem que esperar por quê? Porque o senhor não vai no Ministério Público ver quem é que está tomando conta para poder cobrar a delegada para que esse caso vá adiante? Mas ele não gostou de meus questionamentos.

A equipe do Portal A TARDE buscou contato com o advogado Aristides Ferreira Silva, indicado por Daiane como responsável pelo caso e o mesmo informou que o inquérito corre em segredo de justiça e os advogados só possuem acesso àquilo que já foi concluído pela investigação.

“É muito bom que os meios de comunicação relembrem o caso para que as autoridades policiais possam tomar uma atitude mais enérgica. A gente reconhece que a polícia não consegue dar conta de tantos casos. Até o final do mês passado, a delegada informou que há uma cautelar para prender um suspeito, mas como está em segredo de justiça ela não poderia falar sobre as ações em andamento. É o que manda o Código de Processo Penal e a gente tem que respeitar”, disse.

Histórias que se cruzam

Daiane era namorada do empresário Fábio Carmel, de 45 anos, desaparecido no dia 12 de maio de 2022. O homem foi visto pela última vez na Av. Bonocô, em Salvador. A mãe de Daiane, revelou ao Portal que as histórias podem ter relação, pois Daiane tinha uma dívida de R$20 mil com o empresário e vinha sendo cobrada por pessoas próximas.

“ A delegada sempre afirma que o caso de Daiane tem a ver com o Fábio Carmel, um empresário que sumiu no Bonocô, há mais de um ano atrás, e até hoje ninguém tem resposta, pelo menos a polícia não deu resposta sobre a verdade do que aconteceu”, desabafou.

A versão é corroborada pelas palavras do advogado da família, que diz acreditar que as histórias podem ter relação. “Não tenho dúvida. Estudei muito esse caso de Daiane e acredito que tenha uma ligação muito grande. A gente não tem certeza da autoria e isso a polícia vai dizer, mas acredito que possa se tratar de um caso de vingança. Digo isso pelo modus operandi do crime. Acredito que nos próximos dias a delegada conclua esse inquérito”, disse.


Inquérito segue aberto

O que teria motivado o ataque? O caso de Daiane tem relação com o desaparecimento de Fábio Carmel? A moto utilizada na ação tinha alguma restrição? O crime teve mandante? Quem são os autores do crime? Todos esses questionamentos foram feitos pela equipe do Portal A TARDE à Polícia Civil. Entretanto, a instituição se limitou a dizer que o caso continua sendo investigado.

“O inquérito instaurado na 1ª Delegacia Territorial (DH/Atlântico) para apurar o crime está em curso. Oitivas e diligências estão sendo realizadas e os desdobramentos não podem ser divulgados, para não interferir no andamento do caso”, diz a nota.


Busca por justiça

A mãe de Daiane diz que sua próxima tentativa é buscar o Ministério Público da Bahia. “Eu tô querendo resposta, porque eu tô procurando aqui justiça. Eu quero saber quem matou a minha filha e o porquê. Vou ao Ministério Público para poder ver o que é que pode ser feito. E até mesmo entender porque não tenho uma resposta da polícia”.






*A Tarde/Foto: Reprodução / Redes Sociais

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