Lideranças do União Brasil em Salvador deflagram rebelião contra entrada de vereador do Republicanos no partido
Um grupo formado por vereadores e suplentes bem votados do União Brasil na capital se rebelou contra o eventual ingresso de Alberto Braga (Republicanos) na sigla, movimento costurado pessoalmente pelo prefeito Bruno Reis. Nos últimos dias, dois quadros da base aliada à prefeitura na Câmara de Salvador, Cátia Rodrigues e Orlando Palhinha, os ex-vereadores Beca e Pedro Godinho e o líder comunitário Binho de Ganso se reuniram com dirigentes do partido e ameaçaram deixá-lo caso o vereador do Republicanos seja candidato à reeleição pelo União Brasil. Alegam que a entrada de Braga, cuja capilaridade eleitoral é superior aos demais, reduziria as chances que eles têm de conquistar uma vaga no Legislativo municipal pela legenda.
Nós contra ele
Na quarta-feira passada (03), Palhinha, que ocupa o mandato da vereadora licenciada Marcelle Moraes, Pedro Godinho, Beca e Binho de Ganso tiveram um encontro tenso com o presidente do partido em Salvador, o deputado estadual Luciano Simões Filho, e avisaram que se a filiação de Alberto Braga for concretizada eles vão procurar outro teto para concorrer às eleições deste ano. A saída pode custar caro ao União Brasil, já que os quatros receberam, em média, quase seis mil votos cada na sucessão de 2020.
Ou vai ou racha
Em movimento coordenado, o ex-deputado federal Pastor Luciano Braga, principal expoente da Igreja Internacional da Graça de Deus na Bahia e marido de Cátia Rodrigues, teve um encontro a portas fechadas com Bruno Reis para alertá-lo de que a entrada de Alberto Braga no União Brasil tornaria a saída da esposa irreversível. A única maneira de evitar a debandada em massa de lideranças seria a migração de um vereador competitivo do partido para abrigar o republicano.
Parede no caminho
Empenhado em colocar Alberto Braga no próprio partido, o prefeito tentou convencer o ex-vereador Felipe Lucas, um dos seus aliados mais leais, a migrar para o Republicanos com o objetivo de contornar a revolta interna. Entretanto, Felipe se negou a trocar de lugar com Braga e se mostrou determinado a disputar a sucessão de outubro novamente pelo União Brasil. A recusa desmontou a estratégia traçada por Bruno Reis para acalmar os ânimos dos rebeldes às vésperas do fim da janela legal de mudanças partidárias.
Efeito colateral
Outro problema que bagunçou de última hora o coreto de Bruno Reis foi a recente crise com o PDT, gerada pela manobra de cardeais do União Brasil para cooptar a pré-candidata pedetista ao comando de Lauro de Freitas, a vereadora Débora Régis, arqui-inimiga da petista Moema Gramacho, prefeita da segunda maior cidade da Região Metropolitana de Salvador. A princípio, a ideia era filiar o vereador Kiki Bispo ao PDT e abrir espaço no União Brasil para acomodar a também vereadora Roberta Caires (PP), apadrinhada politicamente pelo ex-prefeito ACM Neto na capital. Mas o mal-estar com a cúpula pedetista pode atrapalhar os planos. Conforme noticiou a Metropolítica na quarta-feira, o assédio sobre Débora levou o deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente do PDT na Bahia, a sinalizar a possibilidade de romper com o bloco de oposição ao PT no estado.
Tradução simultânea
A saída de Rodrigo Hita (PSB) da presidência da Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem), anunciada na quinta-feira (04), foi traduzida entre caciques governistas como indício de que o vereador Silvio Humberto (PSB) está a um passo da vaga de vice na chapa do pré-candidato do MDB à prefeitura de Salvador, o vice-governador Geraldo Jr. Braço-direito da deputada federal e presidente estadual do PSB, Lidice da Mata, Hita havia confidenciado a aliados próximos que pretendia concorrer à Câmara Municipal na condição de herdeiro do eleitorado fiel a Sílvio Humberto. Algo que só seria possível com o correligionário na chapa majoritária de Geraldo Jr.
Ajuste de contas
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, aplicou a pena de destituição do serviço público ao ex-assessor especial do Ministério da Previdência, José Wilde de Oliveira Cabral, acusado pela Operação Lava Jato de receber propina do doleiro Alberto Youssef, condenado por operar repasses ilícitos para empreiteiras que mantinham contratos com estatais e órgãos do governo federal. Após a descoberta das ligações financeiras com Youssef, Cabral pediu demissão do gabinete do então ministro Garibaldi Alves em abril de 2014. Na quinta, Rui converteu a exoneração a pedido em destituição por prática de corrupção, penalidade que o impede de ocupar cargo público federal por cinco anos.
Salve, Hansen!
Considerado um dos mais importantes equipamentos culturais e artísticos do Recôncavo, a Fundação Hansen Bahia recebeu autorização do Ministério da Cultura (MinC) para captar, via Lei Rouanet, aproximadamente R$ 2,6 milhões em patrocínios. A verba será usada para revitalizar o espaço criado em Cachoeira pelo célebre artista plástico, poeta, escritor e cineasta alemão Karl Heinz Hansen, que se mudou para o estado na década de 1950 e incorporou a Bahia ao próprio sobrenome. De acordo com o projeto aprovado pelo MinC, a soma servirá também para impulsionar o calendário de eventos da fundação, que abriga o rico acervo produzido pelo artista.
*Metro 1/Foto: Divulgação
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