Prefeito chama vereadora de ‘tchutchuca’ e vira alvo do Ministério Público
Após chamar uma vereadora de “tchutchuca”, o prefeito de São Caetano do Sul (SP), Auricchio Júnior (PSDB), se tornou alvo de uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral.
Durante um evento público de prestação de contas promovido pela prefeitura, noite de segunda-feira (20), o tucano dirigiu críticas a uma parlamentar da Câmara Municipal local sem citá-la nominalmente, mas apelidando a edil.
“Este parlamentar, ou esta parlamentar, ela gosta de mentir para a população, ela mentiu em outras situações. É valente comigo, me xinga quando tem a oportunidade de falar com repórter. Quando vai no jornal lá [Diário do Grande ABC], no tal jornal que o dono ficou preso um tempão lá, ela vira uma tchutchuca”, afirmou o prefeito, que discursava para uma plateia.
“Ali, ela é amiga de todo mundo, conversa simpaticamente. Agora, quando está individualizado é agressiva. Às vezes, chega a faltar com modos de educação e probidade”, disse ainda. “Nada disso me preocupa. Nada disso. Mas tem vereadora que vai lá e que vira tchutchuca no jornal”, completou.
A vereadora em questão é Bruna Biondi (PSOL), integrante do Mandato Coletivo das Mulheres Por + Direitos e autora da queixa apresentada ao órgão, diz ser o alvo da ofensa e acusa o chefe do Executivo municipal de praticar violência política de gênero.
A psolista afirma ser a única vereadora da Casa que faz oposição ao mandatário e que, portanto, só poderia ser ela a pessoa citada. Além de Biondi, a Câmara Municipal de São Caetano do Sul só tem mais uma parlamentar do gênero feminino, Thai Spinello (PSD), que integra a base de Auricchio Júnior e estava sobre o palco no momento em que ele discursou.
Na representação enviada ao Ministério Público Eleitoral, Biondi afirma que foi exposta a “uma situação vexatória e diminutiva” e que o prefeito teria tido a intenção de constrangê-la e humilhá-la por sua condição de mulher.
“O termo ‘tchutchuca’ é socialmente utilizado para se referir, de forma humilhante, à condição agradável, dócil e domada da mulher em relação a um homem poderoso. Tendo muitas das vezes até mesmo conotação sexual, como referência de submissão sexual da mulher em relação a um homem”, diz a queixa.
Defesa – O prefeito Auricchio Júnior diz que os fatos relatados pela parlamentar não correspondem à realidade. “Repudio veementemente a disseminação à imprensa de uma informação que não condiz com a realidade. O meu compromisso é e sempre será com uma gestão de excelência”, afirma o chefe do Executivo municipal, em nota.
*Bahia.ba/Foto: Câmara Municipal São Caetano do Sul
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