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Doenças crônicas agravam infecções respiratórias em idosos, aponta estudo brasileiro


Um extenso estudo realizado por infectologistas, epidemiologistas e pneumologistas de centros de pesquisa em todo o Brasil revelou uma importante relação entre doenças crônicas e o agravamento de infecções respiratórias em pessoas com 60 anos ou mais. A pesquisa, que analisou dados coletados entre 2013 e 2023, focou especificamente nos efeitos do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em idosos hospitalizados por pneumonia, tanto no sistema público quanto privado de saúde.

O Vírus Sincicial Respiratório é um patógeno altamente contagioso, transmitido por gotículas respiratórias, de forma semelhante ao vírus da gripe e ao coronavírus (SARS-CoV-2). Embora mais conhecido por afetar bebês e crianças pequenas, o VSR também representa um risco significativo para a saúde dos idosos, especialmente aqueles com comorbidades.

Impacto das comorbidades nos casos graves

Entre os 3.348 idosos acompanhados no estudo, a presença de doenças crônicas foi um fator determinante para a gravidade da infecção. 

As comorbidades mais frequentemente associadas a quadros clínicos severos foram:


Doenças cardiovasculares – presentes em 64,2% dos casos graves.


Diabetes mellitus


Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Idosos com essas condições apresentaram maior probabilidade de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), permanência hospitalar prolongada e aumento significativo na taxa de mortalidade em comparação com pacientes sem doenças crônicas.

Repercussões globais

Segundo estimativas internacionais, o Vírus Sincicial Respiratório é responsável por cerca de 64 milhões de infecções por ano no mundo. Em idosos, esse número tende a crescer, impulsionado pelo envelhecimento populacional e pelo aumento da prevalência de doenças crônicas.

Recomendações dos especialistas

Com base nos dados obtidos, os pesquisadores alertam para a necessidade de políticas de saúde pública voltadas à prevenção do VSR em grupos de risco. 

Entre as estratégias recomendadas estão:


O reforço da vigilância epidemiológica para monitoramento do vírus em idosos;


A ampliação do acesso a vacinas em desenvolvimento contra o VSR;


A adoção de medidas preventivas em ambientes hospitalares e residenciais;


O controle rigoroso das doenças crônicas pré-existentes, como hipertensão, diabetes e enfermidades pulmonares.

Além disso, os especialistas reforçam a importância de conscientizar profissionais de saúde e familiares sobre os riscos do VSR em idosos com comorbidades, a fim de garantir diagnóstico precoce e tratamento adequado.




Por Ataíde Barbosa/Foto: Agência Rádio 2

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