OMS recomenda aumento de impostos sobre bebidas açucaradas, alcoólicas e tabaco para melhorar a saúde pública
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova recomendação para que os países adotem, ao longo dos próximos dez anos, o aumento progressivo de impostos sobre bebidas açucaradas, alcoólicas e produtos derivados do tabaco. A medida tem como principal objetivo reduzir o consumo desses itens, reconhecidamente associados a doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Segundo a OMS, essa é a primeira vez que a entidade sugere simultaneamente a elevação de tributos para os três tipos de produtos. A proposta faz parte de uma estratégia mais ampla voltada à promoção da saúde pública e ao fortalecimento dos sistemas de saúde por meio do aumento da arrecadação fiscal.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que tributos mais altos podem ser uma ferramenta eficaz para que os governos enfrentem os desafios atuais da saúde, especialmente em tempos de crescente pressão sobre os orçamentos públicos. A lógica é clara: ao tornar esses produtos mais caros, desestimula-se o consumo e, ao mesmo tempo, aumenta-se a receita destinada a políticas de saúde preventiva e tratamento.
A recomendação da OMS se baseia em evidências de que políticas fiscais direcionadas a produtos nocivos à saúde têm impacto direto no comportamento do consumidor. Países que adotaram medidas semelhantes, especialmente em relação ao tabaco, já observaram reduções significativas nos índices de consumo.
Além disso, a OMS estuda estender essa política para incluir alimentos ultraprocessados, que também são considerados fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. A proposta ainda está em fase de análise, mas reflete uma tendência global de responsabilização dos produtos alimentares industrializados pelo agravamento dos quadros de obesidade e outras enfermidades relacionadas à alimentação.
Com essa nova diretriz, a OMS espera impulsionar ações coordenadas entre os governos para proteger a saúde das populações, especialmente dos grupos mais vulneráveis, ao mesmo tempo em que promove sustentabilidade econômica para os sistemas de saúde.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Agência Rádio 2
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