Ex-funcionários relatam cárcere e exploração de menores na casa do influenciador Hytalo Santos

Ex-funcionários do influenciador digital Hytalo Santos, preso na última sexta-feira (15) em João Pessoa (PB), denunciaram ao programa Fantástico condições de vida precárias e abusos praticados contra adolescentes e menores de idade na mansão do criador de conteúdo. Hytalo e seu marido, Israel Nata Vicente, também detido em São Paulo, enfrentam acusações de tráfico de pessoas e exploração sexual de menores.

Segundo os relatos, os adolescentes eram mantidos em regime de cárcere privado, com acesso restrito à alimentação, à escola e aos celulares. As ex-funcionárias afirmaram que os menores eram tratados como “propriedade” do influenciador, sem liberdade social, e que os aparelhos eram mantidos trancados. Imagens de câmeras de segurança mostraram parte do passeio das crianças, mas, fora das gravações, elas não frequentavam a escola.

A residência, descrita como suja e desorganizada, abrigava cerca de dez pessoas, incluindo quatro menores. Além disso, relatos indicam que o consumo de álcool era liberado para menores e que Hytalo exercia um comportamento autoritário e controlador sobre todos os residentes.

O influenciador Felca, que denunciou práticas de adultização de crianças nas redes sociais, comentou o caso em entrevista ao programa Altas Horas. Ele destacou que conteúdos aparentemente inofensivos podem atrair criminosos e ressaltou a importância da denúncia:

“Eram conteúdos inocentes, crianças brincando, mas tinham pedófilos ‘cantando’ aquelas crianças. Quem deve ter medo são os pedófilos, não quem está denunciando.”

Felca também relatou ter recebido ameaças após o vídeo que alcançou mais de 36 milhões de visualizações no YouTube, mas afirmou que permaneceu firme na defesa da causa.

As investigações seguem em andamento, com base nos depoimentos de ex-funcionários e nas provas coletadas pelo Ministério Público, buscando identificar a extensão dos crimes e responsabilizar os acusados.

Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução / Redes sociais