Prisão de Bolsonaro marca novo capítulo na história dos ex-presidentes do Brasil

Com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro teve sua prisão domiciliar decretada nesta segunda-feira (4), em um desdobramento das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A medida insere o ex-mandatário em uma seleta e controversa lista de ex-presidentes da República que já enfrentaram a Justiça e foram presos desde a redemocratização do país.

Bolsonaro torna-se o quarto ex-chefe do Executivo a ser detido nas últimas quatro décadas. Antes dele, Luiz Inácio Lula da Silva, Michel Temer e Fernando Collor de Mello também foram presos, todos por acusações ligadas à corrupção. No entanto, Bolsonaro é o primeiro a ser investigado e preso sob a acusação de envolvimento direto em uma tentativa de ruptura institucional — algo sem precedentes entre os ex-presidentes brasileiros.

Atualmente, dois ex-presidentes se encontram sob medida de prisão: Bolsonaro e Collor, ambos em regime domiciliar. Dos oito que ocuparam o Palácio do Planalto desde 1985, três já foram presos, dois permanecem detidos, um faleceu — Itamar Franco, em 2011 —, e cinco seguem em liberdade: José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Michel Temer e Dilma Rousseff.

Destes, Dilma Rousseff vive na China, onde preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como o banco dos Brics. O cenário evidencia como os desdobramentos políticos e judiciais continuam a marcar fortemente a trajetória dos ex-presidentes brasileiros, revelando os desafios institucionais e éticos que ainda pairam sobre a República.

Por Ataíde Barbosa/Foto: Valter Campanato/Agência Brasil