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Salário mínimo sobe para R$ 1.621 em 2026 e garante ganho real acima da inflação


O salário mínimo nacional passará a ser de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026, conforme publicação no Diário Oficial da União da última quarta-feira (24). O reajuste representa um aumento de 6,8%, pouco mais de R$ 100 em relação ao valor atual de R$ 1.518, e consolida a retomada da política de valorização do piso salarial adotada pelo governo federal.

O novo valor segue a regra que combina a inflação medida pelo INPC, acumulada em 12 meses até novembro, com o crescimento da economia registrado dois anos antes, respeitando o limite de 2,5% ao ano imposto pelo teto de gastos. Esse modelo assegura ganho real para os trabalhadores, diferentemente do que ocorreu em períodos anteriores, quando o salário mínimo era reajustado apenas para repor as perdas inflacionárias.

Em nota técnica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) avaliou que a política antiga provocou a perda do poder de compra, sobretudo em momentos de inflação elevada. Segundo o órgão, entre 2020 e 2022, a simples correção pelos índices oficiais não foi suficiente para acompanhar o aumento expressivo dos preços dos alimentos, que afetam de forma mais intensa as famílias de baixa renda.

Apesar do avanço, o Dieese ressalta que o novo valor ainda está longe do necessário para atender plenamente às despesas básicas previstas na Constituição. De acordo com os cálculos da entidade, o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18, cerca de 4,3 vezes o piso que entrará em vigor em 2026.

Ainda assim, o reajuste terá impacto significativo na economia. Estima-se que cerca de 62 milhões de brasileiros tenham rendimentos atrelados ao salário mínimo. Com o novo valor, a expectativa é de uma injeção de aproximadamente R$ 81,7 bilhões na economia, impulsionando o consumo e fortalecendo a renda em diferentes regiões do país.





Por Ataíde Barbosa/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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