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Fumantes comprometem cerca de 8% da renda com cigarros, revela pesquisa


Fumantes brasileiros comprometem cerca de 8% da renda familiar mensal com a compra de cigarros industrializados, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, apresentados ontem (31) pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), durante o lançamento da campanha "Plante comida, não plante tabaco. Precisamos de comida, não de tabaco".

De acordo com um estudo da ONG Ação de Controle do Tabagismo, além do impacto financeiro nas famílias, o consumo de tabaco também contribui para a escassez de alimentos. A área ocupada pela produção de tabaco equivale à produção agrícola total do Brasil, cerca de 357.230 hectares, pressionando os preços dos alimentos e agravando a insegurança alimentar.

O diretor-geral do INCA, Roberto de Almeida Gil, ressaltou a importância de aumentar as áreas de cultivo de alimentos como medida fundamental para enfrentar a insegurança alimentar. "A gente precisa entender que o Brasil voltou a ter fome: nós chegamos em 2013 a ter insegurança alimentar grave em 4,3% da população; voltamos em 2022 a ter 15,2%. Isso é muito grave", declarou.

Um fumante de 45 anos, que preferiu não se identificar, refletiu sobre como o tabagismo impacta sua vida. "Sou fumante há mais de duas décadas e sair do vício tem sido uma batalha constante na minha vida, porém diminui bastante o uso de cigarro. Tenho consciência dos riscos que corro e sei que o dinheiro que gastei com a compra deles poderia ter sido utilizado em outras situações que não trariam danos para minha vida", declarou, afirmando gastar em torno de 70 reais de 6 maços por mês.

Em entrevista à Tribuna da Bahia, o economista baiano Abimael Lira fez uma análise sobre o impacto do hábito de fumar na vida das pessoas. "Além do fumante comprometer em torno de 10% a 15% da renda mensal, restringindo seu orçamento pessoal, destaco ainda o agravamento dos alvéolos pulmonares, causando malefícios na atividade respiratória", declarou.

"Ademais, acrescento ainda certo prejuízo na atividade mental, por causa da ansiedade causada pelo vício. Outrora, o ato de fumar era visto como status e ar de glamour. Contemporaneamente, em razão de estudos científicos e pesquisas com amostra representativa de casos, o câncer tem vitimado seres humanos fumantes", finalizou o economista.




*Tribuna da Bahia/Foto: Romildo de Jesus

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