Novidades


 

Enfermeira Mestra fala sobre o Março Mulher e detalha ações da Fabamed em prol da classe feminina

Juciane Guimarães/Enfermeira Mestra e Doutora em Ciências da Saúde


O Mês de Março é um mês voltado exclusivamente para às mulheres, onde vários eventos são realizados em prol da classe feminina, começando pelo Dia Internacional da Mulher, em 8 de Março.

Durante entrevista ao Site Política News e ao Programa Panorama de Notícias, Juciane Guimarães - Enfermeira Mestra e Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal da Bahia, falou sobre a luta das mulheres desde 1911.

"Realmente, esse movimento ocorreu em 1911, por mulheres operárias, nos Estados Unidos, mais especificamente em Manhattan, em Nova Iorque, onde essas mulheres lutavam por condições melhores de trabalho, também por equiparação salarial e por direito à licença maternidade. Foi uma reivindicação, onde essas colaboradoras eram excelentes. Elas fizeram todo esse movimento, pararam a fábrica, essa fábrica, então, foi fechada, e os portões eram sempre fechados para que elas não tivessem a pausa, para que elas não tivessem o intervalo no horário de trabalho. E então atearam fogo nessa fábrica, e elas morreram carbonizadas. De lá saiu uma fumaça lilás, num tom de rosa lilás, porque era uma tecelagem e elas estavam trabalhando com essas cores, com esses fios. Então, daí, hoje, a gente ter a cor lilás como cor de escolha, simbolizando a luta das mulheres por igualdade", afirmou.


Ela destacou na oportunidade, a luta das mulheres nos dias atuais.

"Hoje, a gente já vê a mulher ocupando lugares de destaques na sociedade, na política, na saúde, na educação, e isso é uma crescente. Tanto que esse ano de 2025, todo ano um tema é escolhido, para ser trabalhado. Então, esse ano, o tema escolhido foi para todas as mulheres e meninas, direito, igualdade e empoderamento. Então, é um tema que representa um chamado para ampliar a igualdade de direitos. E o empoderamento, ele vem no sentido, é muito assim, trazendo essa mulher, né? Trazendo essas jovens e essas meninas como protagonistas, para que a gente tenha, sim, mudanças duradouras na nossa sociedade. Essa é uma mudança, que precisa acontecer, eu acho, em um primeiro momento, uma mudança de mentalidade. E quando você muda uma mentalidade, você trabalha com a geração inteira", destacou.


Um protocolo de atendimento é realizado no Hospital Municipal de Simões Filho, para mulheres vitimas de violência que chegam na unidade. Juciane explicou sobre esses protocolos.

"Então, quando essa mulher procura o atendimento aqui da emergência do hospital de Simões Filho, ela é recebida pela nossa equipe. Existe hoje a classificação de risco, a classificação de risco classifica, como o próprio nome diz, o paciente pela condição dele, pela apresentação usual da doença dele. Então, a gente tem as cores para que seja feita essa classificação. E a mulher, quando ela chega aqui vítima de violência, ela tem prioridade. Ela tem prioridade no atendimento. Então, a gente tem uma equipe treinada para identificar esse tipo de violência. O grande problema que a gente enfrenta é que muitas vezes a mulher não fala que ela sofreu violência. Muitas vezes ela vem acompanhada do próprio agressor, e na maioria das vezes também ela é coagida a não falar. Outras vezes a gente tem uma mulher que pode ter uma certa dependência por esse agressor e ela também não fala. Então, é uma decisão da mulher, né? Denunciar, falar, registrar. E a gente está aqui para apoiar a mulher nesse momento, né? Então, quando a gente percebe que é violência doméstica, a gente traz, então, a equipe do serviço social para que os encaminhamentos sejam feitos. E tendo a certeza de violência doméstica, a gente traz a equipe da psicologia, e damos toda a assistência a essa mulher", detalhou.


A enfermeira se manifestou também sobre a crescente em relação aos números de feminicídios registrados a todo momento.

"Esses números, eles aumentam a cada dia. Estava ouvindo uma entrevista quando eu estava vindo para cá, para Simões Filho hoje, vindo de Salvador, onde uma pessoa dizia no rádio, inclusive, eu adoro programa de rádio. Adoro o rádio. E ela dizia o seguinte, que a cada 10 minutos uma mulher é morta no Brasil, então, isso é alarmante. Isso é preocupante. E esses números tendem a aumentar, porque até um tempo atrás, tudo era notificado como homicídio. Então, há pouco tempo, as notificações agora, elas vêm sendo feitas quando esse óbito é de mulher como feminicídio. Então, muito provavelmente, a gente vai ter um aumento aí considerável desses números", declarou.


Por fim, Juciane detalhou sobre um evento que será realizado no próximo dia 26/03 em Simões Filho.

"Esse evento acontecerá sim, provavelmente dia 26, aqui no Hospital Municipal de Simões Filho. No primeiro momento, a gente vai fazer uma palestra com a presença das colaboradoras da unidade, também das acompanhantes. A gente não vai dizer das pacientes, porque elas não podem se deslocar, a grande maioria, para o espaço de convivência. Então, a temática trabalhada será exatamente essa, para todas as mulheres e meninas, direitos, igualdade e empoderamento, auxiliando as nossas colaboradoras na percepção da violência, das formas mais sutis de violência. No segundo momento, nós teremos um momento de relaxamento e de autocuidado, também voltado para as nossas colaboradoras, que nós merecemos, e também passaremos por um bate-papo, onde traremos orientações práticas sobre o atendimento à mulher, a essa mulher que é nossa paciente, vítima de violência, de violência doméstica", concluiu.





Por Ataíde Barbosa

Nenhum comentário