Deu ruim pra Trump: brasileiros invadem perfil e protestam
A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quarta-feira (9), desencadeou uma forte reação tanto nas redes sociais quanto no meio político brasileiro. A medida, que mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro – atualmente réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado – gerou uma onda de protestos que tomou conta do perfil oficial de Trump no X (antigo Twitter).
Nas redes sociais, internautas brasileiros transformaram os comentários das publicações de Trump em um espaço de repúdio e ironia. Frases como “Brasil é soberano, se for chorar manda áudio” e “Ministro Alexandre de Moraes, herói do Brasil” viralizaram. Houve também manifestações em defesa do meio ambiente e da soberania nacional: “Viva a Amazônia, viva o Brasil!” e “Você esqueceu da maior regra do mundo! Não mexa com brasileiros!”. Diante da enxurrada de críticas, Trump acabou limitando os comentários em seu perfil.
No campo político, as reações não foram menos intensas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou a medida e prometeu reagir com base na Lei de Reciprocidade Econômica, sinalizando que o Brasil não aceitará retaliações unilaterais de qualquer potência estrangeira. “Não seremos tutelados por interesses externos”, afirmou.
Senadores da Bahia também se posicionaram com veemência. Jaques Wagner (PT) classificou a medida como “autoritária e unilateral” e sugeriu que se trata de um pedido articulado pela família Bolsonaro. Já Otto Alencar (PSD) criticou a visão “primitiva” de Trump sobre a geopolítica global.
Entretanto, o episódio também gerou divisão interna. Setores ligados ao bolsonarismo buscaram atribuir a culpa a Lula, alegando que sua postura internacional teria provocado a retaliação. O deputado Capitão Alden (PL-BA) classificou a tarifa como uma “resposta clara a um Brasil que se afasta dos valores democráticos”. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro, seguiu na mesma linha, sugerindo que o atual governo estaria priorizando ideologia em detrimento da economia.
A declaração de Tarcísio foi duramente rebatida pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que destacou os impactos negativos da tarifa sobre o estado de São Paulo, o principal exportador do país. “Quem valoriza São Paulo não apoia medidas absurdas, ilegais e imorais impostas por estrangeiros”, respondeu.
A tensão diplomática provocada pela medida de Trump expõe não apenas a fragilidade das relações comerciais em tempos de incerteza política, mas também a profunda polarização interna que ainda marca o Brasil. Enquanto isso, o governo federal avalia as medidas possíveis para proteger os interesses nacionais, buscando reforçar o princípio da reciprocidade e a defesa da soberania brasileira.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução/Instagram @realdonaldtrump
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