Febraban defende Pix em meio a críticas dos EUA e destaca sistema como modelo aberto e competitivo
Em meio a questionamentos internacionais sobre o sistema de pagamentos brasileiro, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se manifestou nesta sexta-feira (18) em defesa do Pix, destacando que a ferramenta representa uma infraestrutura pública aberta, segura e que estimula a competição no setor financeiro.
Segundo a entidade, o modelo de operação do Pix é amplamente acessível e não discrimina instituições participantes. “O Pix é uma infraestrutura pública de pagamento, e não um produto comercial, que favorece a competição e o bom funcionamento do sistema de pagamentos e, consequentemente, da atividade econômica, sendo um modelo aberto”, afirmou a Febraban em nota oficial.
A federação também esclareceu que não há barreiras à entrada de novos participantes, independentemente de porte ou origem, desde que estejam habilitados a atuar no mercado nacional, por se tratar de um sistema em reais e voltado ao território brasileiro.
A manifestação ocorre em um momento delicado: os Estados Unidos anunciaram recentemente a abertura de uma investigação sobre práticas comerciais brasileiras, incluindo críticas ao avanço do Pix. Segundo analistas, a crescente adoção do sistema desenvolvido pelo Banco Central pode estar gerando desconforto em setores financeiros norte-americanos, especialmente por sua competição direta com soluções privadas como WhatsApp Pay e bandeiras internacionais de cartão de crédito.
Além disso, há relatos de que o Pix vem sendo utilizado informalmente em algumas operações internacionais, servindo como meio de pagamento alternativo ao dólar, o que teria chamado a atenção das autoridades comerciais dos EUA.
Criado em 2020, o Pix se consolidou como uma das maiores inovações do sistema financeiro brasileiro nas últimas décadas, promovendo inclusão bancária, redução de custos e agilidade nas transações — com mais de 160 milhões de usuários registrados até hoje. Sua adoção massiva e impacto econômico continuam a provocar debates tanto no Brasil quanto no exterior.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Nenhum comentário