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Preço do Café Dispara nos EUA Após Taxação de 50% Imposta por Trump


A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros já começa a provocar reações concretas no mercado americano. De acordo com o jornal New York Post, o preço do café, um dos produtos mais consumidos pelos norte-americanos, disparou nos últimos dias, refletindo diretamente os impactos da medida protecionista.

O Brasil, maior produtor mundial de café há mais de 150 anos, respondeu por 36,8% da produção global do grão em 2024. Além disso, os Estados Unidos são historicamente o principal destino do café brasileiro, o que torna a medida de Trump não apenas economicamente sensível, mas também estratégica para o comércio bilateral.

Em carta enviada ao governo brasileiro, Trump justificou a nova tarifa afirmando que ela seria necessária para corrigir supostas "injustiças" no sistema global de comércio e garantir condições mais equilibradas para os produtores norte-americanos. Segundo ele, a taxação de 50% ainda seria inferior ao que seria “justo” para garantir uma competição igualitária.

No entanto, os números oficiais contradizem o argumento apresentado pela Casa Branca. Dados do Escritório do Representante Comercial dos EUA indicam que os Estados Unidos encerraram o ano de 2024 com um superávit comercial de R$ 41 bilhões em relação ao Brasil — ou seja, venderam mais ao país sul-americano do que importaram dele.

Especialistas apontam que a decisão tem forte motivação política, em meio a uma crescente tensão internacional e ao fortalecimento de blocos econômicos alternativos como os BRICS. Além disso, analistas temem que a medida possa provocar retaliações e prejudicar ainda mais a estabilidade do comércio internacional.

Do lado brasileiro, o governo avalia os impactos e deve buscar uma resposta diplomática, ao mesmo tempo em que setores do agronegócio pressionam por alternativas de escoamento da produção para outros mercados. O setor cafeeiro, em particular, teme perdas significativas caso a crise não seja contida a tempo.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, consumidores e comerciantes já começam a sentir no bolso os primeiros efeitos da decisão, com o café ficando mais caro nas prateleiras e cafeterias — um amargo reflexo de uma disputa que mistura economia, diplomacia e interesses eleitorais.




Por Ataíde Barbosa/Foto: Michael Reynolds/ EFE

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