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Prisão domiciliar de Bolsonaro reacende tensão política e mobiliza oposição no Congresso


O retorno das atividades legislativas no Congresso Nacional, nesta terça-feira (5), ocorreu sob forte tensão política, impulsionada pela decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, tomada na segunda-feira (4), teve como estopim a aparição de Bolsonaro em vídeos durante manifestações pró-anistia no último domingo (3), o que configuraria descumprimento de ordem judicial que o proíbe de utilizar redes sociais — ainda que por intermédio de terceiros.

Com o fim do recesso parlamentar, a oposição bolsonarista promete endurecer o tom nos plenários da Câmara e do Senado. Deputados e senadores ligados ao ex-presidente articulam discursos inflamados, atos simbólicos e iniciativas legislativas que denunciam supostos abusos do Judiciário e o que classificam como “perseguição política”.

No Senado, integrantes do PL reforçaram o discurso em favor do impeachment de Moraes, ainda que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, não dê sinais de que vá admitir o avanço do processo. A sessão desta terça marca o retorno oficial das atividades e deve ser palco das primeiras reações formais à medida contra Bolsonaro.

Na Câmara, a bancada bolsonarista resgata a proposta de anistia ampla aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 — incluindo o próprio Bolsonaro. Apesar de o tema ter perdido fôlego nas últimas semanas, os aliados esperam que a prisão domiciliar do ex-presidente reaqueça o debate e amplie o apoio entre os parlamentares. No entanto, líderes do centrão seguem relutantes, alegando que a pauta é sensível e pode gerar desgaste político.

A nova ofensiva da oposição reforça o cenário de embate entre poderes e amplia o clima de instabilidade institucional, com repercussões diretas sobre a agenda legislativa e o ambiente político nacional. Nos bastidores, parlamentares próximos ao governo monitoram os desdobramentos, atentos à possibilidade de um novo ciclo de polarização no Congresso.




Por Ataíde Barbosa/Foto: Victor Piemonte/STF

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