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Cardiologista alerta para aumento de infartos entre jovens e riscos do vape e anabolizantes


O número de casos de infarto entre pessoas jovens tem crescido de forma preocupante, impulsionado por fatores como tabagismo, colesterol elevado, hipertensão, obesidade, diabetes e o uso cada vez mais disseminado de anabolizantes. Durante entrevista ao Metropole Saúde nesta quinta-feira (13), a cardiologista Marianna Andrade chamou atenção para um componente adicional desse cenário: o avanço do consumo de cigarros eletrônicos entre adolescentes e adultos jovens.

A especialista explicou que os dispositivos eletrônicos, especialmente os vapes, criam um ambiente propício ao rápido desenvolvimento de dependência química. “O vape é um veículo que queima nicotina em altas doses, o que facilita um vício acelerado. Além disso, tem toda uma estética pensada para atrair jovens — sabores adocicados, cores chamativas, formatos modernos que lembram gadgets, e o fato de não ter cheiro”, pontuou.

De acordo com Marianna Andrade, a nicotina continua sendo um dos grandes vilões da saúde cardiovascular. “É uma substância sabidamente nociva. Prejudica o pulmão, danifica os vasos sanguíneos e, consequentemente, sobrecarrega o coração”, afirmou.

Perigos silenciosos dos anabolizantes

A cardiologista também reforçou o alerta sobre o uso de anabolizantes e hormônios, como a testosterona, cada vez mais comuns entre jovens em busca de resultados rápidos na academia. Marianna classifica esses riscos como “invisíveis”, já que os danos demoram a aparecer e, muitas vezes, não são associados ao uso dessas substâncias.

“Os efeitos cardiovasculares do uso de anabolizantes podem surgir anos depois, o que dificulta a relação direta com a substância. Isso faz com que muitos usuários não percebam o perigo imediato e acabem se expondo a consequências graves, como arritmias, infartos e insuficiência cardíaca”, explicou.

A médica reforça que tanto o consumo de cigarros eletrônicos quanto o uso recreativo ou estético de hormônios configuram práticas que podem cobrar um alto preço no futuro — especialmente entre jovens que, por sentirem-se saudáveis, subestimam os riscos.




Por Ataíde Barbosa/Foto: Metropress/Fernanda Vilas

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