Jovem é executado na porta de casa em Simões Filho; crime pode ter sido represália por homicídio ocorrido dias antes
A violência voltou a assustar moradores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, com a morte de um jovem de 23 anos na noite deste domingo (14). Arlan de Jesus da Silva foi executado a tiros na porta da própria residência, no bairro Coroa da Lagoa. Segundo relatos colhidos pela polícia, ele não tinha envolvimento com a criminalidade.
A apuração preliminar indica que o homicídio pode estar relacionado a um crime ocorrido dois dias antes, no bairro vizinho de Ponto Parada. Na última sexta-feira (12), Adriele Almeida dos Santos, de 28 anos, foi assassinada dentro de casa por homens armados. A mulher era mãe de três filhos, um deles com deficiência, e era conhecida na comunidade como trabalhadora e dedicada à família.
Adriele sustentava o lar com trabalhos como diarista e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), recebido em nome do filho. De acordo com moradores, ela foi surpreendida por criminosos armados na residência localizada na Rua Marlene Aragão e morreu após ser atingida por vários disparos, a maioria na cabeça. Ainda não há confirmação oficial se os filhos estavam no imóvel no momento do crime.
O sepultamento da vítima ocorreu na manhã de domingo (14), sob forte comoção. Durante o velório, testemunhas relataram ter ouvido ameaças e falas em tom de vingança, indicando que o assassinato teria consequências.
Horas depois, o clima de tensão se transformou em mais violência. Criminosos armados foram até a casa de Arlan, na Rua Topázio, região da Baixa da Jaqueira, e o executaram a tiros. Testemunhas afirmam que o jovem vinha sendo ameaçado por traficantes, que exigiam que uma mulher da família se apresentasse às autoridades ou ao grupo criminoso. Caso contrário, Arlan seria morto.
Moradores relataram que a ameaça foi cumprida. Arlan morreu no local, antes da chegada do socorro. Após o crime, os suspeitos ainda incendiaram a casa da família, provocando pânico entre vizinhos e aumentando o sentimento de insegurança no bairro.
Segundo a comunidade, Arlan não tinha ligação com conflitos locais ou atividades ilícitas. A família, que trabalha na Ceasa e mantém um box no local, havia se mudado para o bairro recentemente. Vizinhos afirmam que não havia histórico de envolvimento da família com a criminalidade.
Informações iniciais apontam que o jovem teria sido morto como forma de represália pela morte de Adriele, embora não haja confirmação oficial de que a irmã de Arlan tenha participação no crime anterior. A suspeita surgiu a partir de relatos de moradores, mas ainda não foi confirmada pelas autoridades.
A 22ª Delegacia Territorial de Simões Filho investiga os dois homicídios de forma integrada. A polícia busca identificar os autores, esclarecer a motivação dos crimes e verificar a possível atuação de organizações criminosas na região. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.
Enquanto as investigações seguem, o clima no bairro Coroa da Lagoa permanece tenso, com moradores assustados diante da sequência de crimes violentos registrados em poucos dias.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução/Redes Sociais




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