Operação Paredão é intensificada e ameaça acabar com som alto nas ruas de Simões Filho

As madrugadas de sexta a domingo deixaram de ser sinônimo de descanso para muitos moradores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Em diferentes bairros da cidade, o som alto dos paredões passou a dominar ruas e praças, atravessando a noite e transformando o silêncio em exceção. Janelas fechadas, ventiladores ligados para abafar o barulho e olheiras no dia seguinte se tornaram parte da rotina de quem tenta dormir.

O impacto vai além do incômodo. Moradores relatam noites mal dormidas, estresse frequente e prejuízos à saúde, especialmente entre crianças, idosos e pessoas doentes. Há ainda registros de discussões e conflitos entre vizinhos, provocados pelo volume excessivo do som. Para quem trabalha cedo ou depende do fim de semana para descansar, o direito ao sossego tem sido constantemente desrespeitado.

Diante das reclamações recorrentes, o cenário começa a mudar. A Polícia Militar anunciou o reforço da Operação Paredão em Simões Filho, com ações mais rígidas para coibir a prática em vias públicas. As equipes vão intensificar abordagens, aplicar penalidades administrativas e remover os veículos flagrados, que serão encaminhados ao pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

As punições previstas em lei são consideradas severas. A organização de eventos com paredões pode resultar em multa de R$ 17.608,20, valor calculado a partir de infração gravíssima com fator multiplicador de 60 vezes. Em muitos casos, o montante das penalidades ultrapassa o valor de mercado do próprio veículo apreendido.

A base legal está no artigo 253-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que pune quem organiza, promove ou participa de eventos que bloqueiem ou restrinjam a circulação em vias públicas sem autorização. Os participantes também estão sujeitos a multa de R$ 5.869,40, com multiplicador de 20 vezes, além da suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses.

Além das sanções previstas no CTB, a prática de paredão pode gerar outras autuações, como perturbação do sossego e poluição sonora, conforme normas municipais e estaduais. A expectativa das autoridades é que a intensificação da fiscalização ajude a devolver tranquilidade às comunidades e garanta o direito ao descanso da população.

Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução