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Professores cobram transparência sobre o Fundeb e marcam presença na Câmara de Simões Filho


Rosângela Maia/Diretora de Comunicação do Sintesf  


A 34ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores, realizada nesta terça-feira (2), foi marcada pela forte presença de mais de 100 professores vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Simões Filho (Sintesf). A categoria voltou a cobrar transparência sobre a aplicação dos recursos do Fundeb e criticou a dificuldade de diálogo com o Executivo municipal, especialmente com a Secretaria de Educação.

O Sintesf, que tem como lema “Construindo uma nova história com a força de quem educa”, surgiu após anos de insatisfação com a representação anterior da POSP. Segundo a professora Rosângela Maia, responsável pela área de comunicação do sindicato, a nova entidade nasceu da necessidade de uma escuta verdadeira da categoria.

“Foram oito anos sem sermos ouvidos. Nossa pauta não era construída coletivamente. O Sintesf surgiu justamente para garantir esse espaço de diálogo e mobilização”, destacou Rosângela.

Câmara abre espaço inédito para escuta dos professores

Ao final da sessão, o presidente da Câmara e os membros da Comissão de Educação foram ao plenário ouvir diretamente a categoria — um gesto considerado inédito pela imprensa local.

Durante o diálogo, o presidente da Casa informou que, segundo dados repassados pela secretária de Educação, Heliene Mota, o município teria aplicado mais de 91% dos recursos do Fundeb em folha salarial, superando o mínimo legal de 70%.


A informação, no entanto, não convenceu a categoria.

“Só o percentual não garante nada. É preciso saber quem está recebendo e se está exercendo função legal. Sem reordenamento da rede e acesso transparente à folha, não há segurança”, afirmou a representante do Sintesf.

Reordenamento da rede e recadastramento

Rosângela lembrou que, há cerca de sete anos, foi iniciado,  mas não concluído um reordenamento educacional — tema que o sindicato pretende retomar em 2026. 

Segundo ela, apenas com esse processo é possível identificar corretamente:

quem são os profissionais efetivos,

quem está contratado,

quem exerce funções administrativas,

e quem está afastado ou realocado.

Sobre o recente recadastramento promovido pela Prefeitura, a sindicalista reconheceu que a medida pode ajudar, mas não substitui o reordenamento:

“O recadastramento é positivo, mas não substitui o reordenamento. Ele apenas facilita o levantamento de informações para quando a comissão responsável começar os trabalhos”, afirmou.

Transparência e conselhos questionados

Outro ponto crítico levantado pelo sindicato envolve os Conselhos do Fundeb e Municipal de Educação. Embora o Portal da Transparência disponibilize valores globais, os documentos detalhados ficam sob responsabilidade dos conselhos.

Segundo Rosângela, porém, a falta de independência dessas instâncias compromete a confiabilidade das informações:

“Os conselhos têm vínculos com a gestão. Isso cria amarras e compromete a fiscalização. Já protocolamos ofícios e vários deles nunca foram respondidos”, declarou.

Ela citou ainda a recente mudança no currículo municipal, realizada sem participação ampla da categoria, como mais um exemplo de decisões tomadas sem diálogo.

Plano de carreira e distorções salariais

A representante do Sintesf também relembrou problemas que vêm desde a gestão passada, especialmente no que se refere ao plano de carreira. Segundo ela, o município passou a aplicar percentuais diferenciados de reajuste, criando distorções:

“Temos profissionais com 25 anos de serviço recebendo o mesmo salário base que professores recém-ingressos. O plano de carreira foi descaracterizado”, criticou.

Um novo tempo para a educação?

Para o sindicato, o surgimento do Sintesf e a abertura da Câmara para o diálogo podem representar o início de uma nova fase.

“Nossa proposta é ser um sindicato de todos, não de dois ou três. Que o Executivo realmente consolide esse discurso de independência da gestão passada. Queremos acreditar que um novo tempo está começando”, concluiu Rosângela Maia.

O Programa Panorama de Notícias, da Rádio Simões Filho FM 87.9, reiterou que continuará acompanhando de perto as pautas da educação e colocou sua bancada à disposição do sindicato para novos debates.




Com informações do Repórter Romário dos Santos 

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