Sequestro e execução de jovem em Eunápolis estão ligados a retaliação por morte de suposto traficante
A cidade de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, foi palco de um crime brutal que chocou a população local. Anna Luiza Lima Brito, de 21 anos, foi sequestrada, esquartejada e teve seu corpo descartado após ser alvo de um suposto tribunal do crime. A jovem teria sido morta em retaliação à execução de Matheus Rodrigues de Souza, de 24 anos, ocorrida um dia antes, em um estabelecimento comercial da cidade.
De acordo com um relatório policial ao qual a imprensa teve acesso, Anna Luiza tinha envolvimento com o tráfico de drogas na região. A investigação aponta que ela atuava principalmente na divulgação e promoção da venda de entorpecentes por meio de transmissões ao vivo em redes sociais como Instagram e Facebook. As autoridades também indicam possíveis vínculos da jovem com uma facção criminosa, embora o grupo específico ainda não tenha sido identificado.
As circunstâncias da morte de Matheus levantaram suspeitas dentro do meio criminoso, e Anna Luiza, que mantinha contato direto com ele, acabou sendo apontada como possível informante. Em vídeos obtidos pela polícia, ela aparece se aproximando do corpo de Matheus logo após o ataque e recolhendo seu celular — um gesto que pode ter sido interpretado como suspeito por traficantes locais.
No dia seguinte ao homicídio, Anna foi capturada por indivíduos ligados ao tráfico. As investigações sugerem que ela teria sido levada para prestar esclarecimentos sobre o assassinato de Matheus. As suspeitas se intensificaram com a possibilidade de que ela tivesse informado ao executor o local e horário em que Matheus estaria, facilitando assim a emboscada.
A execução de Anna Luiza foi realizada com extrema violência. Segundo a polícia, o crime foi uma ação deliberada de retaliação dentro da lógica de funcionamento do crime organizado na região. O caso, bem como o homicídio de Matheus, está sendo investigado pela Delegacia Territorial de Eunápolis (1ª DT), que busca identificar os responsáveis pelos dois crimes.
As mortes refletem o clima de tensão e instabilidade causado pela disputa entre facções criminosas na região, além de evidenciarem o uso crescente das redes sociais como ferramenta de apoio ao tráfico. As autoridades reforçam que continuam trabalhando para esclarecer todos os fatos e responsabilizar os envolvidos.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Reprodução
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