Carla Zambelli completa um mês foragida e é alvo de busca internacional pela Interpol
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) completou nesta sexta-feira (4) um mês na condição de foragida da Justiça brasileira. Ela teve sua prisão preventiva decretada em 4 de junho pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e, desde então, é considerada procurada tanto no Brasil quanto no exterior.
O mandado de prisão foi expedido após a condenação definitiva da parlamentar a 10 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O processo teve como pivô o hacker Walter Delgatti, que também foi condenado e apontado como colaborador de Zambelli na operação criminosa.
Com a fuga do país, a Polícia Federal solicitou a inclusão de Zambelli na lista de Difusão Vermelha da Interpol, mecanismo que envolve a cooperação de polícias de 196 países para localização e captura de foragidos internacionais. A solicitação foi aceita em 5 de junho, quando o nome da deputada passou a figurar oficialmente entre os procurados.
Antes disso, Zambelli havia publicado nas redes sociais que deixaria os Estados Unidos em direção à Itália. A informação foi rapidamente repassada à Interpol, e autoridades italianas prepararam uma operação para prendê-la no aeroporto de Roma. No entanto, a detenção não foi efetivada porque a inclusão formal no sistema da Interpol ainda não havia ocorrido no momento do desembarque.
Além da busca internacional, Carla Zambelli também enfrenta um processo de cassação de mandato na Câmara dos Deputados. A parlamentar foi notificada pela Casa em junho e, nesta semana, sua defesa foi apresentada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os advogados pediram, entre outras medidas, uma acareação entre Zambelli e Walter Delgatti, cuja delação foi central para a condenação da deputada.
O pedido de cassação segue os trâmites regimentais da Câmara. Após análise da CCJ, o processo será encaminhado ao plenário, onde precisará da maioria simples para ser aprovado — ou seja, pelo menos 257 votos favoráveis à perda do mandato.
O caso tem gerado forte repercussão política e jurídica, envolvendo temas sensíveis como o uso indevido de sistemas públicos, disseminação de informações falsas e cooptação de agentes externos para fins políticos. Enquanto isso, Carla Zambelli segue foragida e ainda não há confirmação oficial de seu paradeiro.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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