Açaí in natura e tucupi estão fora da COP30, confirma organização
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), anunciou restrições à venda de alguns alimentos típicos da região amazônica dentro dos espaços oficiais do evento. O veto atinge principalmente o açaí in natura, símbolo da culinária paraense, que só poderá ser comercializado se passar por pasteurização.
Segundo o edital da conferência, o fruto pode carregar risco de contaminação pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmissor da doença de Chagas, quando não é submetido a tratamento térmico adequado. O mesmo cuidado motivou a exclusão de outros pratos tradicionais, como tucupi e maniçoba, que precisam de preparo prolongado para eliminar toxinas naturais.
Além desses, a lista de proibições inclui itens como maionese caseira, ostras cruas, carnes malpassadas, sucos de frutas não pasteurizados, molhos artesanais, bebidas abertas, leite cru e derivados, além de doces caseiros sem refrigeração e gelo artesanal. Todos foram considerados de alto risco sanitário pela organização.
Segurança alimentar em primeiro plano
A decisão gerou repercussão por afetar diretamente a gastronomia local, um dos pontos de identidade cultural do Pará. No entanto, os organizadores da COP30 ressaltam que o objetivo é garantir padrões internacionais de segurança alimentar em um encontro que reunirá chefes de Estado, cientistas, representantes de ONGs e ativistas ambientais de todo o mundo.
O evento
A COP30 acontecerá em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, marcando a primeira vez em que a conferência será realizada na Amazônia. A expectativa é que o encontro destaque o papel estratégico da região no enfrentamento às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que projete a cultura e os desafios socioambientais da Amazônia para a agenda global.
Por Ataíde Barbosa/Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal




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